A venda de sementes para o plantio de trigo deve crescer pelo menos 20% no Rio Grande do Sul e Paraná durante a safra 2008/09. Especialistas explicam que o movimento é impulsionado pelos bons preços da commodity, que fez boa parte dos produtores comercializar os grãos estocados e que poderiam ser utilizados no plantio da próxima safra. Por causa da tecnologia empregada na produção das sementes, a expectativa é de que a qualidade do trigo será melhor. De acordo com a Safras & Mercado, a expectativa é de que a área plantada aumente de 820 para 950 mil hectares no Paraná (15,8%) e de 780 para 900 mil hectares no Rio Grande do Sul (15,3%). Para Ralf Udo Dengler, gerente executivo da Fundação Meridional, localizada no Paraná, a relação entre oferta demanda está equilibrada, o que aponta que não deverá sobrar sementes , como ocorreu no ano passado. Segundo ele, no estado, foram comercializadas 150 mil toneladas do produto neste ano, um crescimento de cerca de 20% em relação ao ano anterior. Disse ainda que o bom preço da saca de trigo em grão pagos ao produtor fez com que muitos vendessem os estoques e passassem a procurar pelas sementes. A saca de semente com 60 quilos custa cerca de R$ 69,00 para o produtor, segundo a Fundação Meridional. Enquanto a saca de 60 quilos do trigo em grão para a indústria é negociada em média a R$ 40,00 no Paraná. "Se o produtor optou em vender o grão que ele tinha estocado, isso significa que a cultura está se tornando rentável, com custos mais equilibrados. Ao contrário dos anos anteriores" explica Ralf. A estimativa do setor é de que o desembolso do produtor tenha sido de R$ 900,00 por hectare na safra passada. "A compra de sementes é mais vantagem porque não existe o risco de germinação, como no caso dos grãos quando permanecem muito tempo estocados", lembra Tarcísio de Mineto, analista da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul. No estado, o aumento nas vendas de sementes também é reconhecido por Narciso Barison Neto, presidente da Associação dos Produtores e Comerciantes de Sementes e Mudas do Rio Grande do Sul (Apassul). Ele explica que no ano passado, o setor de sementes vendeu o equivalente a 50% do mercado de trigo na região. "Mas com certeza este ano esse percentual vai crescer praticamente na mesma proporção da área plantada ", prevê.