Expectativa da CONAB é que produção seja suficiente para abastecer o mercado interno e afaste o risco de escassez O feijão, um dos maiores vilões do atual índice inflacionário, deve ter produção suficiente para abastecer o mercado interno e afastar o fantasma da escassez e da alta do preço do produto este ano. A expectativa, de acordo com a última previsão da COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO (CONAB) é que sejam colhidas 3,9 milhões de toneladas de feijão. O Maranhão deve colher 40,4 mil toneladas, volume que representa incremento de 2,3% em relação à safra passada. O consumo interno de feijão é estimado em 3,4 milhões de toneladas, tendo, portanto, um excedente de 500 mil toneladas, que pode normalizar o preço do produto no mercado. Mas, segundo a CONAB, tudo vai depender do comportamento da segunda e terceira safras. O Maranhão só cultiva duas safras de feijão. O realinhamento dos preços do feijão para baixo já pode ser notado. De acordo com a CONAB, a saca de 60 kg do produto, que custava R$ 253,00, no atacado, em São Paulo, caiu para R$ 170,00. Já no Paraná, outro grande produtor, o valor pago ao produtor caiu de R$ 220,00 para R$ 138,00. Como resultado, o consumo subiu. Em algumas regiões do país, como o Centro-Oeste, a queda no preço do feijão desestimulou alguns produtores, que estão preferindo cultivar milho, trigo e ervilha, por serem bem mais rentáveis. Na mais recente pesquisa de safra (dados deste mês), aquela região apresentou redução de 35,7 mil toneladas, saindo de 198,2 para 162,5 mil toneladas. Maranhão O Maranhão deve colher 40,4 mil toneladas de feijão, volume que representa incremento de 2,3% em relação à safra passada, quando foram produzidas 39,5 mil toneladas. Esse pequeno acréscimo, embora tenha havido redução de 1,1% na área plantada, se deve à melhoria da produtividade, que saltou de 455kg/hectare (safra 2006/2007) para 471kg/hectare (safra 2007/2008). Mas a produtividade da lavoura maranhense de feijão está muito aquém do rendimento de grandes estados produtores, como Goiás (2.277kg/ha), Santa Catarina (1.712kg/ha), São Paulo (1.504kg/ha), Paraná (1.538kg/ha)e o Distrito Federal (2.400kg/ha).