Auditores fiscais da Receita completam 39 dias de paralisação. Categoria realiza assembléia hoje. O governo endureceu ontem com os auditores fiscais da Receita Federal e condicionou a continuidade das negociações de reajuste salarial ao fim da greve iniciada em 18 de março. Em reunião no Ministério do Planejamento, o governo atendeu a uma reinvidicação da categoria, de separar da discussão salarial a definição dos critérios de avaliação para promoções dentro da carreira de auditor, mas avisou que não vai avançar na proposta já apresentada sem o fim da paralisação. Tais critérios serão discutidos posteriormente e até lá todas as promoções estão congeladas. A proposta do governo, que prevê reajustes escalonados até 2010, já foi rejeitada em assembléia da categoria na semana passada. Ontem à noite, o Planejamento informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que os auditores fiscais aceitaram terminar a greve de 39 dias. Entretanto, o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco), Pedro Delarue, disse que a categoria não assumiu nenhum compromisso com o governo. Segundo ele, a nova fórmula de avaliação das promoções na carreira apresentada ontem será discutida em assembléia hoje, mas uma deliberação sobre a continuidade ou não da greve só ocorrerá no início da próxima a semana. 'Por enquanto, a paralisação continua', afirmou Delarue. Ele explicou que o governo não deu garantias de que se a greve acabar haveria melhorias na proposta para a categoria. A assessoria do ministério anunciou também que já está na Casa Civil da Presidência da República projeto de lei que será encaminhado nas próximas horas ao Congresso com plano de cargos e salários de 16 categorias, que representam cerca de 800 mil servidores, entre os quais professores universitários e de escolas técnicas, Polícia Rodoviária Federal, agentes administrativos da Polícia Federal, fiscais agropecuários e funcionários da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).