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Milho - Produtor devolve semente para safrinha
Data: 29/04/2008
 
Com cerca de 75% da área de milho safrinha plantada, uma nova dúvida surge no setor. Além do clima, "que é uma ameaça constante" à segunda safra do grão, que é mais susceptível às adversidades, agora a tão esperada safra recorde pode não se confirmar. Isso porque, segundo algumas empresas, parte das sementes compradas foi devolvida. O clima, que atrasou o plantio e a colheita da soja, teria impedido que o cultivo da safrinha ocorresse na época certa, em algumas regiões do País, sobretudo em Mato Grosso e no Paraná, justamente os dois maiores produtores da segunda safra de milho.
"Não existem estimativas da queda, mas tanto empresas de pequeno porte quanto líderes do mercado estão tendo devoluções", afirma Leonardo Sologuren, sócio da Céleres. O direto-executivo da Associação Paulista de Produtores de Sementes (APPS), Cássio Camargo, acredita que as devoluções não deverão reduzir a área total estimada. Pelas projeções da associação, em relação a março do ano passado, a comercialização de sementes é 13%, somando 5,3 milhões de sacas. Em toda a safrinha de 2007, o setor vendeu 4,99 milhões de sacas - nesta comparação, o número deste ano é 6% maior. As estimativas da Céleres são de uma área 7,6% superior à do ano passado. A empresa projeta uma colheita de 17,1 milhões de toneladas, se não houver problema climático. Mas Sologuren diz que, se confirmada uma devolução maciça, as estimativas de colheita podem cair. Lembra também que atualmente 16,5% da área cultivada está na fase de floração, quando fica mais susceptível às variações de clima.
Na Sementes Selegrãos, de Santo Inácio (SP), a estimativa é que 15% do total comercializado foi devolvido. "Muitos produtores viram que poderiam entrar na época de risco para o plantio", diz o diretor-administrativo da empresa, Octávio Rapchan. Na avaliação dele, isso pode modificar os números de alguns estados, mas de forma "mais localizada". A empresa comercializou, neste ano, 25% mais sementes de milho para a segunda safra.

Fonte: Gazeta Mercantil
 
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