Indústrias disputam máquinas que permitam maior índice de mistura O advento do biodiesel no Brasil resultou em uma nova disputa entre os fabricantes de máquinas agrícolas. A briga, agora, é para ver quem autoriza primeiro o uso de percentuais mais elevados do composto. A atenção ao tema foi demonstrada na Agrishow, em Ribeirão Preto. As grandes indústrias estão comercializando seus produtos com certificação para o B-5 (diesel com adição de 5% de biodiesel), à exceção da Valtra. A empresa já autorizou o uso do B-20, ainda não comercializado no Brasil. As pesquisas começaram em 2001. O diretor de Marketing da Valtra, Leandro Marsili, comentou o desempenho é o mesmo. A diferença é a elevação no consumo do combustível. 'Esse aumento é compensado pelo menor custo.' Uma das vantagens é que a fabricante dos motores usados pela Valtra é a Sisu Diesel, que, assim como ela, faz parte da AGCO. Marsili esclareceu que os motores certificados para diferentes misturas são os mesmos, sendo necessária somente a regulagem. A empresa já busca a liberação para o B-100, que pode sair até o final do ano. A Massey Fergusson está certificada para B-5. A John Deere usa o B-5 e já caminha para o B-20, informou o diretor, Paulo Hermann, acrescentando que isso pode acontecer em 2008. 'Vamos preparar o motor para percentuais crescentes.' A Case/New Holland oferta, na Europa, máquinas autorizadas ao uso de 100% de biodiesel. O gerente de vendas especiais, Marcos Arbex, disse que a empresa testa o B-20 e o B-50 para o Brasil e tem autorizado o B-5. A perspectiva é que, em 2009, seja liberado o B-20. A fabricante de motores Cummins deve homologar até janeiro de 2009 o uso de B-20, informou o gerente de Marketing, Luis Chain Faraj. Os testes, segundo ele, já foram além do previsto, mas serão submetidos ao inverno. 'A maior parte do problema está no Sul', apontou. Os equipamentos da Jacto estão certificados para B-5, mas a perspectiva é elevar o percentual a 20% em 2009. A Agrale também aderiu ao uso do B-5.