Café - Chuvas podem atrasar colheita e aumentar custo de produção
Data:
06/05/2008
Problemas climáticos agravados pelas fortes chuvas nas regiões produtoras nos últimos dias podem atrasar a colheita de café, programada para começar na maioria das propriedades na segunda quinzena de maio. De acordo com Acácio Dianin, engenheiro agrônomo do Conselho das Associações dos Cafeicultores do Cerrado (Caccer), a queda precipitada dos grãos que estavam em fase de maturação mais adiantada deverá prejudicar a qualidade do produto e dificultar a colheita. "Teremos um decréscimo da qualidade e acréscimo de custo de produção", avalia. Por outro lado o especialista ressalta que as chuvas podem resultar num crescimento da parte vegetativa, propiciando um incremento na produção do próximo ano. Para a safra 2008/09 a expectativa de recebimento da Caccer permanece em 4,6 mi de sacas. A Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé) também mantém a meta na ordem de 4 milhões de sacas. "Por enquanto tem muitas poucas propriedades colhendo, mas se houver mais chuvas a situação será preocupante", afirma Joaquim Goulart de Andrade, gerente do departamento de desenvolvimento técnico da Cooperativa. O Estado de São Paulo também foi atingido pelas chuvas contínuas. Nos 13 municípios de atuação da Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas (Cocapec), localizada na região da Alta Mogiana, 50% dos grãos ainda estão verdes e a previsão é de atraso na colheita. "A região é conhecida pela qualidade do café justamente por ter um clima bem definido na época da colheita, o que pode ficar comprometido nessa safra", diz Roberto Maigova, engenheiro agrônomo da Cocapec. A cooperativa que nessa safra já teve problemas com a seca prolongada durante a florada registra uma quebra de 20% e espera colher 1,5 milhão de sacas. Na última semana o Ministério da Agricultura divulgou que disponibilizará R$ 300 milhões das Operações Oficiais de Crédito para apoiar a comercialização do grão nessa safra e que irá contemplar o cafeicultor com o Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro). O produtor conta ainda com o Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) que nesta safra elevou-se para R$ 2,1 bilhões. Ontem, a Bolsa de Mercadorias de Nova York (ICE Futures US) encerrou as operações do arábica com preços significativamente mais altos, impulsionada pela ação de fundos e especuladores na ponta compradora. Os contratos com entrega em julho fecharam a 132,60 centavos de dólar por libra-peso, com ganho de 3,20 centavos.