Trigo - Queda no preço da farinha de trigo será imediata, diz moinho
Data:
16/05/2008
Presidente do maior moinho do País, o Moinho Pacífico, o empresário Lawrence Pih afirmou ontem que o preço da farinha de trigo vai baixar entre 8,5% e 8,6% ao mercado e isso acontecerá no dia seguinte à publicação da Medida Provisória (MP) anunciada na quarta-feira pelo governo Federal. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que irá suspender a cobrança de PIS/Cofins (9,25%) para trigo, farinha e pão francês, e também do Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) (25%). Além disso, prorrogou por mais dois meses (até 31 de agosto) a suspensão da tarifa externa comum (TEC) para importação de trigo de fora do Mercosul. "Ainda que tenhamos recolhido PIS/Cofins do trigo que se encontra hoje nos nossos estoques, a farinha vai baixar no dia seguinte à publicação da MP. Vamos arcar com esse prejuízo pois foi nosso compromisso com o governo", garante Pih. O presidente da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), Luís Martins, está em viagem ao exterior mas, por meio da assessoria de imprensa, a entidade informou que, "assim que a MP for publicada, o setor vai acatar a aplicação das normas da redução do PIS/Cofins e da isenção do AFRMM com o objetivo de reduzir ao máximo o preço da farinha de trigo". Sobre o valor de redução, a Abitrigo informou que vai depender de cada moinho. "Cada empresa compra um tipo de trigo diferente, em diferentes volumes e, portanto, tem um custo diferente. Não há compromisso comum de baixar o trigo em 8,6%", diz a assessoria da entidade. Pih pondera que os maiores moinhos do País vão baixar o preço nesse patamar e que o mercado terá que acompanhar. "Se os maiores moinhos baixam o preço, setor todo tem que reduzir. O cliente vai querer comprar o mais barato. Tenho certeza de que o setor vai cumprir o acordado", reitera Pih. Ele explica que a suspensão da cobrança do AFRMM não refletirá nos preços atuais da farinha, mas impedirá que eles se elevem a partir de agora, quando os moinhos passarão a importar trigo de países de fora do Mercosul. "Neste momento, os moinhos estão moendo trigo da Argentina, sob o qual não incide AFRMM na importação. Mas essa taxa incidiria na compra que vamos fazer a partir de agora de fora do bloco e, caso não fosse suspensa, incidiria em 2,5% no preço da farinha", detalha Pih. Antero Pereira, presidente do Sindicato e da Associação dos Industriais de Panificação e Confeitarias de São Paulo, diz que o maior impacto das medidas anunciadas pelo governo será a redução do preço da farinha. "Em torno de 95% das padarias de São Paulo estão enquadradas no Super Simples, sendo isentas, portanto, do recolhimento de Pis/Cofins". Ele diz que não tem idéia de quanto o preço da farinha poderá ser reduzido às padarias. "Neste ano, o valor desse produto elevou-se 60% e, alguns moinhos, nos disseram que não repassaram todo o aumento que tiveram. Esperamos que, se ela não baixar, pelo menos, não aumente mais. A farinha representa 40% do custo do pão. Um aumento de 10% na farinha, representa 4% no pão", calcula.