Arroz - Terminal permitirá escoamento de arroz para o exterior e Brasil
Data:
21/05/2008
Se os preços internacionais já estavam estimulando as exportações de arroz, agora a cadeia produtiva do Rio Grande do Sul tem mais um motivo para atingir a meta de embarques de 600 mil a 1 milhão de toneladas na safra atual. A unidade da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa) de Rio Grande será transformada em terminal de exportação, com aporte de R$ 469,5 mil do governo gaúcho. Com isso, o produto terá um terminal próprio (não exclusivo, mas preferencial), sem disputar espaço com a soja no porto local. Até abril, foram embarcadas 137 mil toneladas do produto (89% a mais que no mesmo período de 2007). Mas o setor produtivo acredita que a partir do segundo semestre as vendas deslanchem, pois a concorrência com a soja, entre abril e agosto, faz com que nestes meses exportações sejam pequenas pelas dificuldades portuárias. "Com terminal, esperamos que no ano que vem não tenhamos este problema", diz Pérsio Greco, presidente da trading Rice Brasil. Segundo ele, as estimativas de mercado é que pelo menos 100 mil toneladas da safra atual já tenham sido negociadas e aguardem a liberação do porto, ocupado nesta época pela soja, para o embarque. Para o analista Élcio Bento, da Safras & Mercado, as estimativas de exportação do cereal seguem as mesmas. O governo gaúcho assinou esta semana o contrato com a empresa Safra, que transformará o silo em um terminal de exportação. A expectativa é de que até agosto os arrozeiros gaúchos tenham a infra-estrutura suficiente para o escoamento de 600 mil toneladas por ano. O produto será estocado no silo - com capacidade estática de 51,5 mil toneladas. - e transportado via terminal para ser lançado em navios. Dentro de seis meses, será aumentada a profundidade do Porto de Rio Grande, permitindo que navios de maior porte (30 pés e, daqui dois anos e meio, 40 pés) ancorem no terminal. "Faltava a estrutura para o escoamento até o navio. É isso que está sendo feito", afirma o presidente do Instituto Riograndense do Arroz (Irga), Maurício Fischer. Ele explica que o silo é separado em células, que permite a segregação do produto por tipo. Acrescenta ainda que, além de facilitar a exportação, o terminal poderá servir também para o abastecimento interno - com transporte de regiões produtoras, como Cachoeira do Sul e, até o uso de cabotagem para o abastecimento de outras regiões. Jair Almeida, da Expoente Corretora de Mercadorias, acredita que a nova estrutura vai viabilizar e agilizar a exportação. Segundo ele, apesar de o mercado ter "acalmado" um pouco, ainda segue demandado para a exportação. "Fala-se em números razoáveis de comprometimento. Será maior que tradicionalmente, mas nada assombroso", avalia. Os produtores comemoram o terminal. "Era um pleito antigo", diz o presidente da Federação dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Renato Rocha. Segundo ele, a questão portuária era um dos gargalos para o embarque do cereal. O secretário-executivo do Sindicato da Indústria Arrozeira (Sindarroz), César Gazzaneo, também diz que este era um dos entraves, no momento em que o cereal disputava espaço com a soja. "Espera-se que dinamize a capacidade de exportação", afirma. O diretor da Cogo Consultoria Agroeconômica, Carlos Cogo, acredita que, apesar de ficar pronto no segundo semestre, o terminal terá uma importância grande para o setor ainda no escoamento desta safra.