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Arroz - Nem só de preços vive a expansão do plantio
Data: 26/05/2008
 
A lógica diz que se os preços de um produto entram em uma espiral constante de alta, há um estimula à ampliação da produção. Mas no caso do arroz não é tão simples. Mesmo depois que a cotação atingiu o recorde histórico de US$ 1 mil a tonelada no mercado internacional, Tabaré Aguerre, presidente da Associação de Cultivadores de Arroz (ACA) do Uruguai, é cauteloso quando fala em aumento da produção.
"O aumento da área plantada depende de elevados investimentos em estrutura de irrigação", explica ele, lembrando que embora os preços tenham subido, também estão disparando os custos de combustíveis (por causa da alta do petróleo), fertilizantes e insumos, o que reduz a rentabilidade do cultivo.
Renato Soares Gastaud, diretor-executivo da Saman, acrescenta à análise o fato de que nos últimos anos o arroz vinha perdendo espaço nas fazendas para o cultivo de outras commodities cujos preços já vinham subindo, como soja, milho e trigo. "A terra começa a ficar escassa e cara", diz Gastaud, que prefere não arriscar uma projeção para o aumento da produção no Uruguai.
Última das commodities agrícolas a registrar forte valorização no mundo, o arroz nunca foi um produto relevante no comércio internacional como soja, milho e trigo. Das mais de 600 milhões de toneladas produzidas no mundo, apenas 30 milhões são comercializadas no exterior. O restante é consumido domesticamente, sobretudo na Ásia.
Com uma produção total de 12 milhões de toneladas, o Brasil está entre os maiores do mundo. Mas o consumo de 13 milhões de toneladas leva o país a um déficit coberto com importações, principalmente dos outros países do Mercosul.
"O aumento dos preços internacionais é bom para o Uruguai que exporta 95% de sua produção", diz Aguerre. Segundo ele, os uruguaios poderiam elevar a área plantada dos atuais 175 mil hectares para 190 mil. Mas é difícil que os arrozeiros decidam por essa expansão - de 8,6% em relação à safra de 2007. Isso porque há limitações importantes, como a atual escassez de água. (JR)

Fonte: Valor Econômico
 
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