Feijão - Produtores rurais dão início à colheita de feijão em Mato Grosso
Data:
05/06/2008
Com previsão de produção de 50 mil sacas, teve início nesta semana a colheita do feijão produzida nos assentamentos da reforma agrária de Ipiranga do Norte, região médio norte de Mato Grosso. O cultivo foi feito em cerca de dois mil dos 35 mil hectares de área de plantio existentes nos setes assentamentos do município: Eldorado I, Mogiana I e II, Cristalmel, Furnas III, Santa Irene e Bogorni, com 674 famílias assentadas em área correspondente a aproximadamente 49 mil hectares. Apesar de significativo, o cultivo de feijão ainda é incipiente diante dos números apresentados com o cultivo em 30 mil hectares de soja e milho. Na última safra a produção de soja foi de 1,5 milhão de sacas e a de milho 1,2 milhão de sacas. O milho e o feijão são produzidos na entressafra da soja, chamada também de safrinha. A colheita do milho começa no final deste mês. Tem ainda o plantio de arroz em cinco mil hectares. Além destas culturas as famílias trabalham também com gado leiteiro. Ipiranga ocupa o sexto lugar em MT no ranking da produção de soja. Dos 370 mil hectares de área do município, 220 mil hectares são área de plantio de soja, que na safrinha produz milho em 120 mil hectares. A produção de soja ultrapassa 11,4 milhões de sacas e a de milho 7,2 milhões de sacas. "A história de Ipiranga do Norte é prova de que a reforma agrária é a grande responsável pela produção de alimentos no país, além de ser a melhor política de inclusão social" afirma o agricultor Pedro Ferronato, 48, assentado do PA Eldorado I e hoje também vereador no município. Para ele, o grande desafio da reforma agrária é organizar a produção dos assentamentos para que ela chegue aos grandes centros consumidores, "não só para abastecimento de alimentos mas como meio de acabar com o preconceito de que produtividade e tecnologia são apenas para os grandes produtores rurais". Ipiranga do Norte, com população de sete mil habitantes, é uma das cidades mato-grossenses originárias de projetos implantados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Estado. O município surgiu do núcleo urbano implantado no primeiro assentamento criado, o Eldorado I em 1991, para atender famílias de pequenos produtores rurais oriundos de Ronda Alta, no Rio Grande do Sul.