A reunião que decidiu a menor intervenção do governo no mercado de arroz, na última quarta-feira, foi tensa. Segundo fontes do setor, um membro do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento teria até batido com a mão na mesa, ao afirmar que a meta era o produto a R$ 28 a saca - atualmente está em R$ 33 a saca. A divergência entre a cadeia produtiva e o governo fez com que a solução para o problema - os arrozeiros queriam uma venda menor dos estoques (foram 280 mil toneladas apenas em maio) - fosse dada pelo ministro, Reinhold Stepanhes. Definiu-se um leilão dia 30, com 50 mil toneladas. "O papel da CONAB é regular o mercado e trazer o preço para o de abertura do leilão", teria dito uma fonte do governo. O motivo para a intervenção estatal é conter a inflação e desocupar os armazéns para a próxima safra, que tende a ser maior. Procurado, o Ministério afirmou, por meio da assessoria de imprensa da Secretaria de Política Agrícola, que "quem fecha o preço é o mercado". A proposta do governo era de dois leilões, dia 23 de junho e 7 de julho, com 50 mil toneladas em cada.