Corretora Mercado - Mercantil e Corretora de Mercadorias - Porto Alegre

A arroba do boi gordo superou os R$ 100 no mercado futuro da BM&F na última sexta-feira. O contrato com vencimento em outubro próximo - período considerado pico da entressafra - fechou a sexta-feira a R$ 100,37, alta de 1,1% no dia e de 3,53% no mês, conforme o Valor Data. No ano, a valorização desse contrato já atinge 39,89%.
Para Fabiano Tito Rosa, analista da Scot Consultoria, o comportamento do mercado físico - que segue firme - dá respaldo à alta nas cotações futuras do boi. Na última sexta-feira, a arroba também voltou a subir no físico, alcançando R$ 89,00 (a prazo para descontar o Funrural) em São Paulo, segundo a Scot. "E já tem negócio a R$ 90,00", comentou Tito Rosa. O ano começou com a arroba a 72,00.
A escassez de oferta de animais no mercado por causa da mudança do ciclo de produção da pecuária de corte após um período de descarte de matrizes explica a alta dos preços.
Para algumas fontes de frigoríficos de carne bovina, que enfrentam dificuldade para comprar boi gordo, boa parte da valorização no mercado futuro se deve à especulação. O analista da Scot concorda que uma fatia dos ganhos se deve a um movimento especulativo, mas avalia que a alta no mercado físico é a principal razão para os recentes ganhos.
Ele observou que enquanto o abate de bovinos no país é de 46 milhões de cabeças por ano, o número de contratos negociados na bolsa é representativo, mas inferior a isso. Segundo a BM&F, entre janeiro e maio deste ano 580.340 contratos futuros de boi gordo foram negociados. Como cada contrato corresponde a 20 bois, isso equivale a 1,160 milhão de cabeças de gado. Tito Rosa disse ainda que uma alta de 10% no preço do boi de agora até outubro, como indica a cotação futura, é plausível e já ocorreu anteriormente.

Fonte: Valor Econômico