Líderes da agricultura familiar foram ouvidos no primeiro dia de depoimentos na CPI dos Insumos. Os pequenos produtores cobraram a intervenção do governo para regular o preço dos insumos agrícolas. A posição foi defendida, ontem, no primeiro dia de depoimentos da CPI dos Insumos, na Assembléia Legislativa. O coordenador do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Lecian Conrad, espera que a União encontre alternativas e 'assuma um papel importante no controle deste mercado'. Em Brasília, o presidente Lula solicitou a criação de um grupo ministerial para debater a produção de fertilizantes pela Petrobras e pela Vale do Rio Doce. O diretor de abastecimento e refino da Petrobras, Paulo Costa, confirmou interesse da estatal em construir novas unidades de fertilizantes no país. Na CPI, o coordenador-geral da Fetraf, Altemir Tortelli, defendeu uma mudança drástica no modelo agrícola brasileiro, sob pena de se inviabilizar a permanência dos pequenos agricultores no campo. 'O que estamos assistindo é um roubo legalizado do suor e do sangue dos produtores', reclamou. O presidente da Afubra, Benício Werner, relatou que o reajuste dos insumos, nos últimos 12 meses, é de 144% e confirmou que os preços de todas as empresas são muito parecidos. O vice-presidente da Fetag, Sérgio de Miranda, apresentou números comparando a inflação, desde o início do Plano Real até agora, com o reajuste do adubo. 'A Fecoagro tem um levantamento que aponta inflação de 282%, enquanto o adubo teve aumento de 566%.' Ele acredita que o uso de fertilizantes possa ser reduzido para não elevar os custos da lavoura. O relator da CPI, deputado Rossano Gonçalves, disse que a missão da CPI é fazer relatório com sugestões para subsidiar ações de governo sobre como regular o setor e reduzir prejuízos.