O excesso de chuva está dificultando o plantio da safra de trigo no Rio Grande do Sul, que é o segundo maior produtor nacional do grão. Mesmo com o atraso, a expectativa de aumento de área está mantida. No galpão da propriedade em Cruz Alta as sementes estão prontas para serem semeadas. O problema é que o excesso de umidade está impedindo que as máquinas entrem na lavoura. Há mais de uma semana chove forte e o agricultor Édio Quaini ainda espera para plantar os 300 hectares da cultura. A corrida contra o tempo também acontece porque a área este ano é 50% maior. Um aumento que tem explicação. “Nós esperamos ter uma boa lucratividade com o trigo e, devido à escassez no mercado mundial, esperamos que tenha um reajuste de preços”, falou seu Édio. Na estimativa divulgada pela Conab, a área plantada com trigo no Rio Grande do Sul deve crescer 15% nesta safra. Vão ser quase 940 mil hectares da cultura espalhados pelo Estado. Agora é torcer para que a chuva dê uma trégua e a produtividade nos 300 hectares plantados alcance pelo menos 45 sacas por hectare. É uma quantidade que, segundo seu Édio, deve cobrir os custos e garantir lucro ao produtor. “O trigo é uma cultura de alto risco. Então, se a produtividade não for boa, mesmo que o custo compense, não haverá lucro para o produtor”, completou seu Édio. Apesar da boa perspectiva de preço, o custo de produção do trigo subiu bastante nesta safra, segundo a Emater. Para se produzir uma saca de trigo, o agricultor do Rio Grande do Sul deve gastar em torno de R$ 27,80. O preço de venda da saca do trigo está em R$ 32,00, em média.