Os preços da soja dispararam nesta semana, tanto no mercado interno quanto no externo, voltando aos níveis observados no início de março, quando as cotações começaram a cair depois das estimativas de aumento da safra americana. A análise é dos técnicos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP). Segundo os técnicos, o suporte dos preços da soja vem da greve dos produtores argentinos, que deslocou a demanda internacional para os Estados Unidos e Brasil. “Além disso, há previsão de mais chuva nas lavouras norte-americanas, o que pode atrapalhar as atividades de plantio naquele país. Até início de junho, haviam sido plantados 69% da área estimada, ante 86% no ano anterior e 81% na média de 2003 a 2007.” No mercado interno brasileiro as cotações também subiram, impulsionadas pelo aumento da demanda externa para importação do produto brasileiro. “Para efetivar negócios, as tradings também precisam ‘travar’ o produto internamente.” A alta dos preços favorece o fim da comercialização da soja, que avançou dois pontos porcentuais, para 74%, de acordo com a consultoria Céleres. Há semanas a comercialização avançava ao ritmo de apenas um ponto porcentual por período. Na mesma época do ano passado 68% da soja tinha sido vendida. De acordo com a Céleres, os preços do grão subiram 6,9% no mercado disponível na semana passada. Os Estados mais adiantados na venda são Maranhão (95% da soja vendida), Mato Grosso (90%), Mato Grosso do Sul (84%) e Goiás (84%).