Milho - Preços do milho atingem máxima histórica em Chicago
Data:
12/06/2008
Se depender do comportamento dos preços das commodities agrícolas mais negociadas no mercado internacional ontem, é provável que o Ministério da Agricultura faça novas correções para cima em seus cálculos para a renda "da porteira para dentro" das principais culturas do país este ano. Na bolsa de Chicago, foi mais um dia de disparadas para milho, soja e trigo, impulsionadas por problemas climáticos em regiões produtoras do Meio-Oeste americano, onde as lavouras estão em fase de desenvolvimento. Ainda que tenha subido menos que o trigo, o grande destaque da sessão de ontem foi o milho, que pela primeira vez na história superou a marca de US$ 7 por bushel. Com as chuvas adversas nos EUA, os contratos do grão com vencimento em setembro (que ocupam a segunda posição de entrega no mercado) fecharam a US$ 7,1675 por bushel, em alta de 30 centavos de dólar (4,37%), a maior variação permitida em um único pregão. Cálculos do Valor Data mostram que, com o novo salto, os contratos de segunda posição passou a apresentar valorizações acumuladas de 53,56% em 2008, de 76,98% nos últimos 12 meses e de 182,46% em dois anos. O milho já havia registrado forte alta na terça-feira, quando o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) surpreendeu o mercado e reduziu sua estimativa para a produtividade das plantações do país justamente por causa do clima. Nesse contexto, os diagnósticos meteorológicos de ontem catapultaram o movimento altista. As cotações da soja mostraram-se menos sensíveis às chuvas do Meio-Oeste, mas o quadro geral de oferta e demanda por alimentos apertado ajudou a alavancar as cotações do grão. Os papéis para entrega em agosto (segunda posição) encerraram a sessão negociados a US$ 15,1935 por bushel, também com a maior alta permitida para um único dia em Chicago (neste caso o teto é 70 centavos de dólar), equivalente, ontem, a 4,83%. Não é a maior cotação da história para contratos de segunda posição do produto - o recorde é de 3 de março deste ano -, mas esses futuros passaram a acumular ganhos de 25,12% em 2008, de 81,29% em 12 meses e de 156,31% nos últimos dois anos. O trigo, por sua vez, recuperou pelo menos parte de recentes perdas apuradas depois do recorde histórico atingido em 12 de março passado. Ontem os contratos para setembro (segunda posição) subiram 60 centavos de dólar (o teto diário permitido), ou 7,27%, e fecharam a US$ 8,8550 por bushel. No ano, a perda acumulada dos papéis de segunda posição caiu para 0,84%. Em 12 meses, a alta aumentou para 54,88%; nos últimos 24 meses, para 127,63%.