O atraso das chuvas na fase da florada dos cafezais reduziu em 50% o ritmo da colheita do tipo arábica na comparação com o ano anterior. Até o início de junho foram colhidos o equivalente a 11% da atual safra, contra os 22% contabilizados no mesmo período de 2007, segundo o levantamento da Safras & Mercado. No caso do conillon, a colheita já alcançou 49% do total, enquanto em 2007 este número estava em 65%. "A grande safra deste ano também contribuiu para essa lentidão. Mas o atraso no ciclo foi determinante", revela Gil Barabach, analista da Safras & Mercado. Ele informou que a redução no ritmo da colheita do conillon também está relacionado ao clima. Mas afirmou que não foi tão significativo como o do arábica. O analista disse que esse percentual colhido ainda não deve estar totalmente disponível para venda e lembrou que os produtores deverão esperar até a entrada do Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro) para voltar a negociar no mercado físico. "No caso do hedge ou até mesmo nas vendas à termo com preço fixado, a fase boa foi em fevereiro", ressaltou Barabach. Segundo ele, o produtor já deve estar capitalizado para arcar com a mão-de-obra da atual safra, cujo valor corresponde entre 35% e 40% do custo total da lavoura. Reginaldo Rezende, analista da FCStone, estima que os movimentos no mercado físico só voltarão ao normal a partir de agosto, quando a atual safra estiver terminando e os preços estiverem voltando a patamares mais satisfatórios. "Todas as perspectivas fundamentais estão altistas. O produtor que puder esperar um pouco mais para vender ainda vai lucrar bastante com o café", afirmou o analista. Mercado Internacional Os contratos com vencimento em setembro caíram 1% em Nova York e fecharam em US$ 1,36 por libra peso. No mercado londrino, os papéis com vencimento em setembro ficaram em US$ 2.183 por tonelada, queda de 0,8%. Segundo Rezende, os fundos de investimento realizaram lucros temendo de que as geadas previstas em alguns cafezais brasileiros, em julho, não se concretizem.