Feijão - Conab compra feijão para regular a oferta
Data:
13/06/2008
A forte volatilidade dos preços do feijão levou a COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO (CONAB) a programar a recomposição dos estoques com a aquisição de 100 mil toneladas do carioca, o mais consumido no Brasil. Atualmente não existem reservas desse tipo de produto em poder do governo, o que dificulta o controle dos preços no mercado, caso as cotações do produto voltem a subir. "Mas ainda não foram definidos alguns itens como o prazo de validade do contrato de opção de compra e preços mínimos que serão pagos", revelou Rogério Colombine, diretor de gestão de estoques da CONAB. Ele confirmou que os leilões serão realizados na próxima semana, mas não revelou o dia. Além disso, o diretor disse que parte do volume adquirido será revertido para os programas sociais do governo. A estimativa de especialistas é de que o governo pague entre R$ 75,00 e R$ 90,00 a saca de 60 quilos para não desestimular o produtor, quando o preço mínimo pago no último ano era de R$ 60,00 a saca. "É uma maneira de manter o produtor plantando diante desse quadro apertado de oferta e demanda do mercado", ressalta Rafael Pentiado, analista da Safras & Mercado. Segundo a CONAB, o consumo de feijão deverá ser de 3,4 milhões de toneladas neste ano, contra uma produção total de 3,9 milhões de toneladas. "Deste total, 65% é do tipo carioca, 22% do preto e 13% do tipo macaçar", avalia Pentiado. O analista é um pouco mais conservador em relação à produção, em virtude da fragilidade do grão, e acredita que deverá ficar em torno de 3,4 milhões de toneladas. De acordo com levantamento da Safras & Mercado, a segunda safra do feijão está com 60% do total colhido e 25% sendo comercializado, de um total de 1,3 milhão de toneladas. "A redução de 15% nesta safra foi o fator que desencadeou a última alta dos preços", lembra Pentiado. De abril a junho, os preços médios do feijão do tipo carioca subiram 57,3%, passando de R$ 143,70 para R$ 225,00 a saca, na bolsinha do feijão, em São Paulo, principal balizador do produto. Colombine diz que os preços dos principais produtos básicos já estão recuando e entre eles está o feijão. "Isso se deve à proximidade da chegada da próxima safra, que se dará no final de julho". Valdemar Ortega, analista da bolsinha do feijão, também já constata o recuo. Ele informa que nos últimos quinze dias a saca passou de R$ 180,00 para R$ 280,00 com os rumores de baixa oferta nos p´roximos meses, mas atualmente ainda é negociado um pouco acima dos R$ 180,00 do início do mês. "Quem sofre são os pequenos compradores, que não tem como fazer estoques". Segundo ele, os leilões de compra seriam ótimos para o mercado. Pentiado diz que sem estoques o mercado fica refém dos rumores que são lançados. "É pura especulação. Como se trata de uma cultura frágil, qualquer boato faz os preços explodirem".