O governo começou a recolher o arroz que estava estocado em beneficiadoras do sudoeste do Maranhão. Os grãos foram contaminados por um fungo que pode causar uma doença chamada beriberi. O governo está utilizando os estoques da Conab, a Companhia Nacional de Abastecimento, para fazer a troca do arroz. Médicos da Vigilância Sanitária e agrônomos da Secretaria de Agricultura do Maranhão estão indo de usina em usina fazendo a apreensão dos grãos contaminados e doando produto saudável. Estão sendo recolhidas 85 toneladas de arroz com suspeita de contaminação por um fungo que provoca a beriberi. A doença matou 42 pessoas entre os anos de 2006 e 2007 no Maranhão. Outras 600 apresentaram os sintomas da doença: fraqueza muscular e complicações respiratórias e cardíacas. A Universidade Rural do Rio de Janeiro concluiu que as mortes foram causadas pelo consumo de arroz contaminado pelo fungo, que se propaga em ambientes quentes e úmidos, condições em que o arroz fica estocado. “Esse fungo é o fusariun citronigrun. Ele produz uma toxina chamada citroviridina. Uma vez consumida pelo ser humano no organismo, essa toxina causa a não absorção da vitamina B1 que produz sintomas de beriberi”, explicou o agrônomo Urbano de Castro. Os estoques ficam tanto tempo nestes ambientes fechados que acabam infestados de fungos. E o que mais impressiona é que o arroz contaminado estava sendo consumido pelos maranhenses. Em uma usina em Barra do Corda, município no centro-sul do Maranhão, foram apreendidas 22 toneladas de arroz. Os grãos estavam estocados numa sacaria amontoada no galpão. Para cada quilo de arroz com casca apreendido o governo está doando um quilo de arroz beneficiado. A dona de usina beneficiadora de arroz, Francisca das Chagas, recebeu 22 mil quilos de arroz saudável em troca do produto apreendido. Foi o fim de três meses de espera. “Agora, o que nós vamos fazer é passar para frente. Vamos sair nos comércios para vender o arroz, para recuperar os prejuízos”, disse Francisca. Todo o arroz recolhido será incinerado.