Após dois dias seguidos de frio intenso, produtores rurais paranaenses respiraram aliviados com a mudança de tempo e elevação da temperatura a partir desta quarta-feira. Segundo o diretor do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura do Paraná, Francisco Simioni, a preocupação é com prejuízos nas regiões onde se concentra o plantio de milho e foram registradas quedas fortes de temperaturas como Toledo, Cascavel e Campo Mourão, onde as culturas estão em fase de floração e frutificação, que são suscetíveis a perdas. Juntas, essas regiões respondem por 56% da produção esperada de milho safrinha no Paraná, que é de 6,4 milhões de toneladas. "Isso não quer dizer que toda a área com o milho nessa região foi afetada porque as geadas ocorrem em lugares diversos", disse Simioni. Segundo ele, a região Norte do Estado, onde também há forte plantio de milho safrinha, não foi atingida e até aqui não há danos à cultura café. A geada de segunda-feira foi fraca, mas a de terça-feira foi de média intensidade e se formou nas plantas superiores dos pés de milho, o que pode reduzir a produtividade das culturas com grãos em formação. Já o trigo, em fase de desenvolvimento, até se beneficia da queda de temperatura nessa etapa da cultura. Dados preliminares do Deral informam que por enquanto não há danos à cultura café. Francisco Simioni informou que possíveis perdas nas lavoura de milho safrinha ainda serão levantadas e os resultados poderão ser divulgados após o dia 25. "A partir de hoje (quarta-feira) com a previsão é de elevação nas temperaturas na maior parte do estado, técnicos sairão a campo para fazer um levantamento oficial detalhado", disse. "Sabemos que há perdas, mas um dimensionamento disso só poderá ser feito após uma pesquisa técnica e esse trabalho é demorado porque implica numa série de levantamentos", concluiu o diretor do Deral.