Registro - Caminhoneiros confirmam ínício de greve
Data:
24/06/2008
Caminhoneiros confirmam início de greve por tempo indeterminado em todo o Brasil Caminhoneiros que realizam frete em todo o Brasil já estão preparados para dar início a uma paralisação por tempo indeterminado a partir da meia-noite de hoje. “Está tudo muito bem organizado. Só temos hora para começar, não sabemos quanto tempo vai durar esta manifestação”, afirmou agora pouco em entrevista à Rural Business o presidente da Abracam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros), José da Fonseca Lopes. A principal reivindicação da categoria é o repasse do aumento do preço do óleo diesel. “Enquanto o valor do frete sofreu redução, o custo do óleo diesel subiu”, aponta Lopes. Segundo ele, o frete de cargas de São Paulo a Salvador caiu em média 27%, de R$ 3.300 para R$ 2.400. “Com este preço o caminhoneiro não consegue chegar a Salvador, pois o gasto com óleo diesel vai ser bem maior”, diz o presidente da Abracam. O preço do óleo diesel que sai das refinarias teve reajuste de 15% em maio deste ano e a alta nas bombas ficou em torno de 8%. Lopes alerta que o setor agrícola sofrerá graves impactos com a paralisação dos caminhoneiros. “Lamentavelmente tudo vai ser prejudicado”, diz. “Dependendo da duração (da greve) haverá um desabastecimento generalizado de alimentos nos centros consumidores,” explica. Lopes informou, contudo, que a Abracam está orientando aos caminhoneiros para que não façam bloqueio para que os usuários das estradas não sejam prejudicados. “Estamos solicitando para que o trânsito não seja impedido, mas pode ocorrer de alguns manifestantes fazerem bloqueios localizados”, disse. Outras reivindicações dos caminhoneiros dizem respeito à criação de um referencial de valor por quilômetro rodado, o arquivamento do projeto de lei que derruba o vale-pedágio (a proposta está tramitando na Câmara Federal dos Deputados) e mais segurança nas estradas. Os fretistas também querem mudanças na lei municipal de São Paulo que proíbe o tráfego de caminhões na cidade durante o dia (apenas das 5h00 às 21 h00). Eles pedem que as marginais, utilizadas por quem precisa cruzar a cidade para ir em direção ao sul do país e ao Mercosul, sejam liberadas. Segundo Lopes, cerca de 230 mil caminhões trafegam todos os dias na cidade de São Paulo.