Registro - Clima eleva cotação dos grãos nas bolsas
Data:
26/06/2008
A previsão de fortes chuvas na região conhecida como "cinturão dos grãos" dos Estados Unidos elevou as cotações dos grãos na Bolsa de Chicago. Ontem, os contratos da soja com vencimento em agosto fecharam com alta de 2,3%, cotados a US$ 15,4 o bushel. Atualmente, a safra está atrasada em 10 dias, com 90% do plantio concluído naquele país. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda, na sigla em inglês), os estoques finais estão em 4,8 milhões de toneladas, patamar considerado de racionalização pelo mercado, que considera ideal o número de 5,5 milhões de toneladas. "O mercado já estava prevendo as chuvas, mas não com a intensidade que foi divulgada hoje", avalia David Gonçalves, analista de risco da FCStone. Segundo ele a fórmula que estava sendo utilizada pelo Usda para recuperar parte dos estoques era com o rendimento acima da média histórica. "Mas com o que está sendo desenhado será difícil", argumentou. Gonçalves explica que o mercado climático irá se estender até agosto. Ele informa que os contratos da oleaginosa foram muito voláteis durante todo o pregão de ontem. "Eles chegaram a registrar baixa de 10 pontos por causa da queda do preço do petróleo. Mas com essa notícia reverteu". No caso do milho, que está na fase vegetativa por naquele país, já existem rumores de que algumas áreas serão abandonadas por causa das fortes chuvas. Os contratos com vencimento em setembro fecharam cotados em US$ 7,4 o bushel, alta de 2,3%. Na esteira dos problemas climáticos, o trigo também teve um pregão com forte alta. Os papéis com vencimento em setembro encerraram em US$ 9,2 por libra peso, valorização de 3,6%. Segundo Élcio Bento, analista da Safras & Mercado, a possibilidade de quebra na safra de milho e a disputa entre este e a soja ampliou a demanda pelo trigo. "Isso abriu uma possibilidade para utilizar trigo como ração nos Estados Unidos", ressaltou. Café Os preços dos contratos do café com vencimento em setembro fecharam com valorização de 1,3% na Bolsa de Nova York (Nybot), cotados em US$ 1,5 por libra peso. Na Bolsa de Londres (Life), os contratos com vencimento em setembro fecharam valendo US$ 2.380 a tonelada, alta de 1,9%. Para Gil Barabach, analista da Safras & Mercado, fatores como o atraso da safra no Brasil, a desvalorização do dólar frente o euro e a atuação de alguns fundos motivaram a alta.