Para difundir os mecanismos de comercialização de produtos agrícolas, a Bolsa Brasileira de Mercadorias do Rio Grande do Sul (BBM/RS) planeja promover seminários no Interior do Estado. O presidente da BBM/RS, Giuliano Ferronato, que assumiu o cargo em maio, explica que a intenção é tornar a bolsa conhecida pelos produtores por meio de painéis realizados durante feiras e outros eventos voltados ao setor. Contudo, o plano ainda não tem data definida para entrar em operação, visto que é necessário aguardar definições decorrentes da fusão entre a Bovespa e a Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), à qual a BBM é vinculada. Com a fusão, Ferronato acredita que possa haver o fortalecimento dos mecanismos em bolsa. Uma das mudanças aguardadas é a autorização para que as corretoras de mercado físico também possam negociar no mercado futuro, atualmente restrito às corretoras da BM&F. Junto às indústrias, a adesão à bolsa já é bem difundida, mas os produtores somente usam o pregão quando há mecanismos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). 'Hoje, o grande fomentador de produtos na bolsa é o governo federal, e 98% da comercialização física é feita com produtos da companhia.' Ferronato aponta que os agricultores só têm a ganhar ao aderir ao sistema de comercialização em bolsa. Ao ofertar as mercadorias a um número maior de compradores, é possível alcançar maior valorização. Os mecanismos são muito utilizados pelos agricultores argentinos, que negociam principalmente pela bolsa de Rosário. 'Um produtor de arroz em casca, por exemplo, de Alegrete não vai ficar atrelado aos cerealistas locais, pois as informações são repassadas a todas as 406 corretoras da BBM no Brasil, e ele terá muito mais chances de conseguir um preço justo', comenta o dirigente. O presidente da Comissão de Grãos da Farsul, Jorge Rodrigues, concorda. No entanto, para ele, aumentar a rentabilidade está em segundo plano. 'O interessante é o mercado futuro, que dá condições de gestão do negócio, a partir do momento em que o produtor estabelece margem sobre o ganho.' Rodrigues avalia positivamente a iniciativa de levar informação ao campo. 'Falta conscientizar o produtor. Se tem a imagem que é difícil operar, mas não é verdade. É fácil e simples.'