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Arroz - Sem intervenção, arroz se estabiliza
Data: 02/07/2008
 
A volta da intervenção do governo no mercado de arroz - que ficou um mês sem ofertar estoques oficiais - não trouxe reflexos para o mercado do grão, que continua estável. Amanhã, a cadeia produtiva se reúne com representantes do governo para avaliar a continuidade ou não de medidas. Os estoques estatais começaram a ser ofertados em maio, depois de o cereal registrar aumento de preço de mais de 40% em 30 dias, impulsionado pelo mercado externo.
Em maio, o governo chegou a vender cerca de 280 mil toneladas, ocasião em que o preço do produto passou de R$ 33,25 - no início do mês- para R$ 33,48 a saca (50 quilos) - no final. No mês passado, quando ocorreu apenas a oferta de 50 mil toneladas no dia 30, de acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP), a cotação ficou praticamente estável - iniciou e terminou a R$ 33,25 a saca, apesar de algumas oscilações durante o período.
De acordo com analistas, "o mercado está em ponto de equilíbrio". Mas segundo eles, com um viés de alta. Diante deste cenário, eles acreditam que haverá aumento de área plantada.
No ambiente externo a situação do preço é semelhante, de estabilidade: US$ 872 a tonelada. Para Marco Aurélio Tavares, do Instituto Riograndense do Arroz (Irga), lembra que além da estabilidade internacional, as indústrias também estavam sobrecompradas e o produtor, bem vendido - 45% da safra gaúcha já foi comercializada -, o que ajudou no cenário das cotações. "O resultado do leilão de segunda-feira mostra que a postura da cadeia estava correta, ao pedir uma intervenção menor". Para Tavares, a oferta mensal de 50 mil toneladas vai representar cerca de 10% do beneficiamento mensal do produto, ou seja, incapaz de "fazer um estrago no mercado", ao mesmo tempo em que "desova" produto de safras antigas. Ele lembra também que entre 15% a 20% dos negócios ocorridos no leilão de segunda-feira foram feitos por corretoras de outros estados, além do Rio Grande do Sul, mostrando a necessidade de abastecimento destas localidades.

Fonte: Gazeta Mercantil
 
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