O dia de mobilizações promovido pela cadeia produtiva do vinho, ontem, em Porto Alegre, resultou em agendamento de audiências com autoridades em Brasília para cobrar medidas que garantam a sobrevivência do setor. Este foi o principal resultado da entrega das reivindicações aos representantes dos ministérios da Fazenda, Agricultura e Desenvolvimento Agrário. A estimativa é que, pelo menos, 4 mil pessoas tenham participado dos atos, que começaram com caminhada do Parque da Harmonia até as delegacias regionais dos ministérios, na avenida Loureiro da Silva. À tarde, a mobilização ocorreu em frente ao Palácio Piratini, onde aproximadamente 2,5 mil pessoas aguardavam retorno da audiência com o chefe da Casa Civil, José Alberto Wenzel, e o secretário adjunto da Agricultura, Gilmar Tietböhl. Wenzel se comprometeu a encaminhar o documento à governadora, após análise prévia da Secretaria da Agricultura, onde a proposta de solução às demandas locais deve ser elaborada. 'Recebemos apoio de todos os representantes que visitamos e conseguimos para a próxima semana um encontro com a Casa Civil, em Brasília', pontuou o presidente da Comissão Interestadual da Uva, Olir Schiavenin. A expectativa é que algum acordo comece a ser delineado a partir destas ações, mas os organizadores do movimento garantem que a mobilização não vai arrefecer. 'Se não tivermos retorno positivo na próxima semana, vamos voltar às ruas e fechar fronteiras', advertiu Schiavenin. O presidente da Fetag, Elton Weber, elogiou a união das entidades do setor em torno do interesse comum. A cadeia produtiva da uva e do vinho cobra dos governos política de redução em 25% dos estoques de vinho através de instrumentos reguladores que garantam a colocação da safra, redução de tributos e renegociação de acordos internacionais. Segundo a presidente do Sindivinho, Cristiane Passarin, não se trata de um favor, mas de justiça. O ato também pediu maior debate sobre a lei que amplia o controle sobre a ingestão de álcool por motoristas.