Trigo - Supersafra de trigo inibe a inflação, mas desestimula produção
Data:
07/07/2008
O aumento da produção global de trigo, projetada em 658 milhões de toneladas pelo Conselho Internacional de Grãos (IGC, na sigla em inglês), e a suspensão da cobrança de PIS/Cofins incidente na farinha de trigo, no trigo in natura e no pão francês farão com que a commodity e seus derivados deixem de ser apontados como vilões da inflação no segundo semestre. Essa é a avaliação de Cláudio Zanão, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias (Abima). ´Já havíamos previsto a desaceleração. Os principais produtores do mundo estão apontando uma supersafra e calculamos que com o início da safra 2008/2009 os preços poderão cair nesse semestre´, avalia.No último Índice de Preços ao Consumidor - Semanal, divulgado esta semana, a tendência já pode ser observada com a desaceleração de Massas e Farinhas (de 3,01% para 2,11%) e Panificados e Biscoitos (de 2,49% para 1,61%). Nos últimos 12 meses esses setores foram um dos que mais pressionaram o varejo e o consumidor final. Durante esse período os preços da indústria de massas subiu cerca de 25% e de panificação 28,04%.´A iniciativa do governo em tirar o PIS/Cofins já refletiu na desaceleração dos preços e parece-me que é uma tendência´, prevê Luiz Martins, presidente do moinho Anaconda.No dia seguinte à isenção Martins baixou em 10% os preços praticados pelo Moinho. No último dia 29 o Moinho Pacífico, o maior do País, reduziu em 8% o preço de sua farinha de trigo.Se por um lado a alta de 50 milhões de toneladas de trigo em relação à safra anterior alivia o mercado do outro preocupa os produtores do cereal. Mesmo diante de um cenário de altos preços internacionais o produtor brasileiro mostra-se insatisfeito em relação ao preço mínimo estabelecido pelo governo no Plano Agrícola e Pecuário 2008/2009. O reajuste de 20%, que eleva o preço para o patamar de R$ 28,80, continua abaixo da demanda do setor produtivo que no começo do ano já solicitava correção para R$ 30.Para a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) e a Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) o valor de mercado é maior, o que poderá frustrar o produtor.Mesmo com um preço mínimo abaixo da expectativa dos produtores Élcio Bento, analista da Safras & Mercado aposta numa importante expansão da produção interna. ´A Agência estima a safra 2008/2009 em 5,2 milhões de toneladas.´ Na última safra o Brasil produziu 3,9 milhões de toneladas.
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O aumento da produção global de trigo, projetada em 658 milhões de toneladas pelo Conselho Internacional de Grãos (IGC, na sigla em inglês), e a suspensão da cobrança de PIS/Cofins incidente na farinha de trigo, no trigo in natura e no pão francês farão com que a commodity e seus derivados deixem de ser apontados como vilões da inflação no segundo semestre. Essa é a avaliação de Cláudio Zanão, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias (Abima). ´Já havíamos previsto a desaceleração. Os principais produtores do mundo estão apontando uma supersafra e calculamos que com o início da safra 2008/2009 os preços poderão cair nesse semestre´, avalia.No último Índice de Preços ao Consumidor - Semanal, divulgado esta semana, a tendência já pode ser observada com a desaceleração de Massas e Farinhas (de 3,01% para 2,11%) e Panificados e Biscoitos (de 2,49% para 1,61%). Nos últimos 12 meses esses setores foram um dos que mais pressionaram o varejo e o consumidor final. Durante esse período os preços da indústria de massas subiu cerca de 25% e de panificação 28,04%.´A iniciativa do governo em tirar o PIS/Cofins já refletiu na desaceleração dos preços e parece-me que é uma tendência´, prevê Luiz Martins, presidente do moinho Anaconda.No dia seguinte à isenção Martins baixou em 10% os preços praticados pelo Moinho. No último dia 29 o Moinho Pacífico, o maior do País, reduziu em 8% o preço de sua farinha de trigo.Se por um lado a alta de 50 milhões de toneladas de trigo em relação à safra anterior alivia o mercado do outro preocupa os produtores do cereal. Mesmo diante de um cenário de altos preços internacionais o produtor brasileiro mostra-se insatisfeito em relação ao preço mínimo estabelecido pelo governo no Plano Agrícola e Pecuário 2008/2009. O reajuste de 20%, que eleva o preço para o patamar de R$ 28,80, continua abaixo da demanda do setor produtivo que no começo do ano já solicitava correção para R$ 30.Para a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) e a Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) o valor de mercado é maior, o que poderá frustrar o produtor.Mesmo com um preço mínimo abaixo da expectativa dos produtores Élcio Bento, analista da Safras & Mercado aposta numa importante expansão da produção interna. ´A Agência estima a safra 2008/2009 em 5,2 milhões de toneladas.´ Na última safra o Brasil produziu 3,9 milhões de toneladas.