Registro - G-8 sob pressão da crise dos alimentos e do clima
Data:
08/07/2008
Bird exige ações contra a alta de preços. Bush cobra atitude de emergentes Hokkaido — O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e o presidente do Banco Mundial (Bird), Robert Zoellick, cobraram ontem resultados 'urgentes' do G-8, o grupo dos sete países mais ricos e a Rússia, no combate à escalada dos preços internacionais dos produtos básicos agrícolas. Na ilha japonesa de Hokkaido, onde se realiza a reunião de cúpula anual do G-8, eles advertiram que a alta dos preços dos alimentos ameaça levar 100 milhões de pessoas para baixo da linha de pobreza. À tarde, eles haviam participado de reunião entre os líderes do G-8 e oito chefes de Estado ou governo africanos, continente atingido em cheio pela alta dos preços do petróleo e dos alimentos. O presidente da Comissão Européia, órgão gestor da União Européia, José Manuel Durão Barroso, propôs aos países do bloco criar um fundo de 1,57 bilhão de dólares para ajudar os camponeses dos países pobres. A chanceler alemã Angela Merkel também concordaria em liberar 750 milhões de dólares de ajuda. Mas, nos cálculos da ONU, apenas para o combate a doenças, a África precisaria de 62 bilhões de dólares. Até agora, o único compromisso do países ricos, firmado em 2005, foi a destinação de 25 bilhões de dólares até 2010. Para Ban, o mundo enfrenta três crises interligadas – dos alimentos, de desenvolvimento e do clima. O primeiro-ministro japonês Yasuo Fukuda, que apostou todas as fichas no sucesso da discussão da questão climática, quer a definição em Hokkaido de algo mais do que uma 'carta de intenções' para a redução das emissões de gases do efeito estufa até 2020. Mas o presidente americano George W. Bush recusa qualquer compromisso que não envolva os países emergentes.