Depois de dois anos abatidos por crises de renda e de clima, os produtores de arroz vivem um momento mais promissor. Apesar de não ser um grande celeiro dessa cultura, o Brasil exportou 29,6 mil toneladas de arroz em junho e alcançou o maior valor para um primeiro semestre em toda história, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. De janeiro até agora, o país embarcou 243 mil toneladas do produto - o dobro do mesmo período do ano passado. Em valores, mesmo com o câmbio fraco, houve ganhos significativos. As vendas tiveram um incremento de 292% no ano, saltando de US$ 18,8 milhões, em 2007, para US$ 74 milhões. O Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) avalia que o bom momento do mercado internacional, com preços em alta e demanda aquecida, contribuiu para essa expansão. No mês passado, Trinidad e Tobago, na América Central, acumulou um total de 4,1 mil toneladas e liderou as embarcações no mês. O destaque, porém, ficou com a Nigéria, que pela primeira vez importou o arroz brasileiro (2,7 mil toneladas). Benim, na África, continua sendo o principal destino do arroz do Brasil, que vendeu ao país 83,5 mil toneladas desde janeiro. Os números de importação de arroz em junho também surpreenderam. Houve uma queda de 60% - de 88,7 mil toneladas em 2007 para 35,2 mil neste ano. As maiores compras (99% do total) continuam vindo do Uruguai, da Argentina e do Paraguai. O Brasil gastou US$ 103,6 milhões com importações.