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A COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO (CONAB) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ratificaram ontem a projeção de safra 2007/08. Em virtude principalmente de problemas climáticos, houve redução da estimativa na comparação com o balanço anterior, mas reduziu-se a diferença entre os dois levantamentos oficiais.
De acordo com a CONAB, o Brasil encerrará a safra 2007/08 com produção total de 142,4 milhões de toneladas de grãos, volume 8,1% superior ao registrado na safra 2006/07, mas 0,59% inferior ao do levantamento de junho. A área total de grãos cresceu 2,1%, para 47,2 milhões de hectares, segundo a estimativa.
Cerca de um terço da produção total está nas mãos da agricultura familiar. A maior concentração está no plantio de milho, com 80% do total. No milho, a agricultura familiar responde por 40% e na soja, por 30%.
Entre um levantamento e outro, a cultura que teve a maior redução proporcional na produção estimada foi o feijão. O país deve colher 3,415 milhões de toneladas. Esse volume é 2,3% maior que o da safra 2006/07, mas 2,62% menor que a projeção apresentada em junho. O feijão de segunda safra, que está em fase final de colheita, sofreu o excesso de chuvas no Ceará e com as geadas do Paraná, que derrubaram a produtividade. A produção da primeira safra de feijão de primeira safra, já colhido, caiu 19,6% em relação a 2006/07 também por problemas climáticos.
No levantamento do IBGE, que apura seus dados para o ano civil, a safra brasileira de grãos deve encerrar o ano com 143,6 milhões de toneladas. O volume é 7,9% superior ao de 2007 e 0,5% menor que a previsão anterior. A redução também deveu-se às geadas, que abateram o desempenho do milho safrinha.
Segundo o gerente do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) do IBGE, Mauro André Andreazzi, os efeitos do frio ainda poderão ser sentidos na próxima estimativa. Só depois dela, afirma ele, é que haverá garantia de novo recorde na safra de grãos. A estimativa apresentada pelo IBGE em maio era de produção de 144,3 milhões de toneladas.
A diferença entre as estimativas de CONAB e IBGE, que foi de quase 2% há seis meses, passou ontem a 1,18 milhão de toneladas, ou 0,8%. "Os levantamentos têm sido realizados em estreita colaboração com o IBGE, iniciando um processo de harmonização das estimativas oficiais de safra para as principais lavouras brasileiras", justificou a CONAB, que infomou ainda que os dois órgãos estão intensificando a padronização de métodos, fontes, período de apuração, datas e horários de divulgação.
Por conta do aumento da demanda e do conseqüente aperto na oferta, o plantio de trigo deve ganhar estímulo extra na safra 2008/09, na avaliação da CONAB. A produção deve crescer 38,1%, para 5,28 milhões de toneladas.
Esse volume representa pouco mais da metade do consumo do mercado interno, de cerca de 10 milhões de toneladas. Na safra 2007/08, a produção nacional foi de 3,28 milhões de toneladas, volume 71,2% maior que o da safra anterior. A área dedicada à cultura deverá crescer 26,4%, para 2,30 milhões de hectares. Na safra 2007/08, a área dedicada ao trigo cresceu 3,5%, para 1,81 milhão de hectares.

Fonte: Valor Econômico