Registro - Cotação de grãos deve ter novas correções
Data:
09/07/2008
Depois do feriado de 4 de julho, começaram as correções históricas nos preços das commodities e, pelo segundo dia consecutivo, os grãos voltaram a recuar fortemente na Bolsa de Chicago (CBOT). Depois de fechar em limite de baixa na segunda-feira, soja, na terça, chegou a bater novamente esse limite durante o dia, mas algu-mas recompras de contratos deram sustentação à queda, que encerrou em 30 pontos, o equivalente a 1,8% de recuo no contrato de agosto, que fechou em US$ 15,49 o bushel. A avaliação é de que há mais espaços para correção de preços na soja, segundo Gonzalo Terracini, consultor de gerenciamento de risco da FCStone. Essas correções devem ser sustentadas pela melhora nos indicadores de clima e das lavouras americanas. Relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda) de segunda-feira indica que a condição atual das áreas de soja está em 59% entre bom e excelente, 1 ponto percentual acima da semana passada e um pouco abaixo da média histórica de 63% para essa época do ano. "Mas essa média é no país. Quando se avalia estado por estado, o indicador é bem melhor, e dentro da média histórica", pondera Terracini. Assim, para ele, a correção nos preços da commodity não acabou. "Há ainda muito espaço para correção porque a cotação estava muito alta", acrescenta o especialista. O milho também fechou em forte queda de 3,3%, com o contrato de setembro encerrando o pregão em US$ 6,9275 o bushel. Já o trigo encerrou o dia de ontem praticamente estável em US$ 8,3650 o bushel (setembro), ante os US$ 8,36 do dia anterior. "O trigo está com preços depreciados na relação com soja e milho", justifica Élcio Bento, analista da Safras & Mercado. Historicamente, se o milho vale 1, o trigo vale 1,5. Relação que hoje está em 1,15. Com a soja, a relação histórica é de 0,62, mas com a valorização do grão, essa relação está hoje em torno de 0,52, segundo detalha Bento.