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Feijão - Preço baixo afasta produtor de feijão de leilão público
Data: 09/07/2008
 
Compra era uma das prioridades anunciadas nesta semana para a safra 2008/2009. Em leilão realizado ontem, produtores de feijão e cooperativas de Minas Gerais, Goiás e São Paulo não tiveram interesse em adquirir contratos que permitem a entrega futura do produto. No total, foram ofertados 1.852 contratos de opção de venda pelo preço de R$ 40,5 mil por cada contrato de 27 toneladas, o que equivale a R$ 90 por saca de 60 quilos.
Numa operação como essa, o governo oferece em leilão um contrato que permite ao produtor ou cooperativa vender, por um preço já estabelecido, um determinado produto ao governo numa data previamente combinada. No caso do feijão, o preço de venda foi estabelecido em R$ 90 por saca de 60 quilos para entrega em 15 de agosto deste ano - data limite para o arrematante manifestar seu interesse em vender o produto.
Foi o valor de venda que afugentou os vendedores do leilão, avaliou uma fonte do governo. "O preço de mercado está muito acima do oferecido pelo governo e a expectativa é que as cotações continuem assim nas próximas semanas", afirmou. Ontem, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse que pode haver uma queda nos preços do feijão em até 180 dias.
Segundo ele, os preços podem recuar porque a produção deve aumentar devido às medidas de estímulo à produção anunciadas esta semana em Curitiba. A principal medida foi a correção de 65% no preço mínimo de garantia. De acordo com o ministro, a resposta - ou seja, a queda de preços - só não será mais rápida porque o sistema de produção de feijão no inverno depende da irrigação e não há grande quantidade de pivôs no País.
Nesta semana, a saca de 60 quilos de feijão tem sido vendida a preços entre R$ 140 e R$ 200, dependendo da região do País. Em São Paulo, onde o governo tentou comprar produto no leilão de ontem, os preços oscilam entre R$ 168 e R$ 195 por saca. No Paraná, o feijão é negociado por valores entre R$ 155 e R$ 170 por saca de 60 quilos. Mesmo com o resultado "negativo", o governo não vai reajustar o preço de compra. "Não há previsão de um novo leilão para compra de feijão. Vamos esperar um pouco para lançar um novo edital", comentou uma fonte da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Fonte: Agência Estado
 
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