As lideranças da suinocultura e da avicultura estão preocupadas com a pouca quantidade de milho armazenada nos estoques da Conab no Estado no período que antecede a entressafra. Representantes do setor estarão em Brasília, nesta semana, em busca de alternativas para o abastecimento e para conter a alta nos preços do grão. Amanhã, o assunto será debatido com o presidente da Conab, Wagner Rossi. Na quarta-feira, o tema dominará a pauta de reunião com o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. De acordo com dados da Conab, o volume armazenado no Estado é de 14 mil toneladas. 'A Conab deveria ter de 150 mil a 200 mil toneladas para atender as duas cadeias, especialmente neste ano em que o preço disparou', salientou o presidente da Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador. Segundo ele, os produtores estão interessados em adquirir o grão por mecanismos do governo para conter a alta dos preços. 'Queremos milho a disposição para compra imediatamente, seja a balcão ou por leilão, para fazer frente à especulação.' Entre as reivindicações, Folador salienta a liberação da importação de milho, com os mesmos preços do mercado interno, e a aquisição por parte do governo, para colocar em oferta. De acordo com o secretário executivo da Asgav, José Eduardo Santos, será reforçada a solicitação de remoção de estoques de outros estados para o RS. 'A venda do governo pode regular o mercado, além de permitir a aquisição do grão a um preço mais acessível.' Conforme Santos, a avicultura gaúcha consome de 2,8 milhões a 3 milhões de toneladas ao ano. 'Seria necessário 1,8 milhão de t para venda no Estado.' O superintendente da Conab no RS, Carlos Farias, destacou a dificuldade que o governo tem para adquirir o produto. 'O mercado não quer vender para nós porque tem preço melhor fora'. Segundo ele, é pouco provável que a situação se resolva no curto prazo. O valor da saca, conforme a Emater, está em R$ 25,24. O presidente da Comissão de Agricultura da Assembléia Legislativa, Adolfo Brito, afirmou que, com a escassez, o primeiro reflexo é no bolso do consumidor, que já paga mais caro pelos cortes de aves e suínos.