Apesar dos preços recordes obtidas pela soja em Chicago, o aumento estimado em área para a próxima safra deve ficar em apenas 5%, valor baixo se considerado o cenário favorável. Entre as razões que devem frear a expansão do plantio da oleaginosa estão o crédito curto em um momento de alta nos custos e o forte endividamento. Segundo o analista da Agência Rural, Fernando Muraro, o aumento da área plantada deve oscilar entre 5% e 10% em 2008/2009. 'O crescimento estará mais para cinco do que para dez', disse. No Mato Grosso, por exemplo, a Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja) espera manter os 5,657 milhões de hectares do grão do ano passado. Contudo, o Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea) é mais otimista e arrisca projeção de ganho de 4%. E tudo indica que deve faltar crédito no Brasil Central. A alta dos preços comprometeu o potencial de financiamento das multinacionais. No ano passado, tradings – com Cargil e Bunge – liberaram R$ 7 bilhões. Em 2008/2009, esse valor deve limitar-se a R$ 5 bilhões. Na outra ponta, o produtor precisará de mais recursos. Se em 2007/2008, os agricultores matogrossenses precisaram de R$ 6 bilhões, agora, serão necessários R$ 10 bilhões, prevê a Aprosoja.