A disparada dos preços de feijão deve favorecer o plantio na safra 2008/09, mas a disputa por área será acirrada diante da alta dos milho e da soja no mercado internacional. Na avaliação do pesquisador do Instituto de Economia Aplicada (IEA), José Sidnei Gonçalves, a pressão sobre o feijão pode ser maior na safra das águas, que se inicia no final de agosto. ‘‘Como o milho é uma cultura mais rústica, mais fácil de conduzir, poderá ganhar área do feijão que exige mais cuidados’’, afirma ele. O agrônomo do Deral Maurício Lunardon explica que os processos de cultivos são semelhantes e que o milho é uma cultura de risco muito menor que a leguminosa. ‘‘Como o feijão tem um ciclo menor, de 90 dias, o risco de perdas é bem maior’’, afirma. Um ponto a favor do feijão é que a lavoura demanda um volume menor de fertilizantes, cuja escalada dos preços têm impacto direto no custo de produção. Apesar do ciclo mais longo, o milho necessita de grande quantidade de adubos, acarretando em custos mais altos. Lunardon lembra ainda que as medidas anunciadas pelo governo no Plano Agrícola e Pecuário também devem contribuir na hora do produtor decidir sobre o plantio na safra 2008/09. O governo reajustou o preço mínimo para o feijão em 65,22%, de R$ 48,42 para R$ 80,00 por saca de 60 kg. O feijão é uma cultura que apresenta maior rentabilidade por hectare, diferente do milho e da soja que precisam de escala para garantir retorno. (AE)