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Feijão - Preço estimula cultivo
Data: 23/07/2008
 
No sudoeste, a maior região produtora de SP, área deve dobrar na safra de verão, cujo plantio começa em agosto
José Maria Tomazela
A área plantada com feijão no sudoeste paulista deve dobrar na safra das águas, a principal colheita do grão no Estado de São Paulo. Conforme o agrônomo Vandir Daniel da Silva, da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento em Itapeva, o cultivo deve atingir de 15 mil a 16 mil hectares, ante 8 mil na safra do ano passado.
O técnico baseia sua estimativa na grande procura antecipada pelas sementes comercializadas nos postos da Secretaria. O preço alto do grão serve de estímulo para os agricultores. Na última sexta-feira, a saca de 60 quilos do feijão de boa qualidade estava cotada em R$ 160 ao produtor.
A época ideal vai de 1º de agosto a 30 de setembro, mas muitos agricultores anteciparam a semeadura. Na região de Itapeva, principal região produtora do Estado, 50% das culturas de feijão são irrigadas, o que permitiu o plantio a partir de 25 de junho. "Quem pode irrigar planta antes, pois vai colher fora da safra, quando os preços tendem a ser melhores", diz Silva. O feijão irrigado deve entrar no mercado no fim de outubro.
SEQUEIRO
Os produtores de sequeiro devem colher no período normal de safra, entre dezembro e janeiro. A preocupação do técnico é com as condições climáticas. No sudoeste, não chove há 45 dias e as previsões indicam ausência de chuva na próxima semana. "A estiagem pode atrasar o plantio", diz.
Ele diz que, em função da estiagem de 2007, muitos deixaram de plantar e o preço do feijão teve alta recorde, chegando a ser vendido por R$ 300 a saca na lavoura. Desde a última safra, o preço sempre esteve acima de R$ 100 a saca de 60 quilos. Se as condições do clima se normalizarem, ele acredita que pode haver produção em excesso. "Como não exportamos, o consumo interno não vai absorver e há risco de queda de preços."
Silva diz que, para estimular o plantio e evitar a falta do alimento, o governo federal se comprometeu a adquirir o feijão pelo preço mínimo de R$ 90 a saca. "Esperamos que o compromisso seja mantido caso haja excesso de produção."

Fonte: O Estado de São Paulo
 
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