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Feijão - Preço estimula os produtores de feijão-preto
Data: 24/07/2008
 
O preço favorável fará com que os agricultores voltem a apostar na expansão da área de plantio de feijão-preto na próxima safra no município de Arroio do Tigre, segundo maior produtor no Estado. O consultor técnico em agricultura e pecuária, José Francisco Telöken, calcula que o incremento deve chegar a 30%, passando dos 2 mil hectares do ano passado para 2,6 mil hectares. A estimativa tem como base a consulta a 100 produtores nas últimas semanas. O técnico afirma que os agricultores só não vão plantar mais por falta de semente, o que ainda manterá a área total longe dos 5 mil hectares cultivados em 2001.
O preço pelo saco de 60 quilos de feijão pago ao produtor na região está em R$ 120,00. O técnico explica que o governo federal fixou extra-oficialmente o valor mínimo em R$ 85,00. "Nos últimos 20 anos o valor mínimo nunca esteve num patamar tão bom", afirma Telöken. O custo de produção por saco está na faixa de R$ 50,00. "Isto estimula tanto os pequenos como os grandes produtores", ressalta o técnico.
O período de plantio se estende da segunda quinzena de agosto até a metade de setembro, mas a procura por sementes no município é grande nas últimas semanas. Telöken explica que o produto da última safrinha apresenta boa qualidade. Mas observa que há falta de sementes em todo o Estado. Ele calcula que no início da colheita, em dezembro, o agricultor deverá receber pelo menos R$ 100,00 pelo saco.
As variedades mais cultivadas no município, pela ordem, são IAC Una, Guapo Brilhante, BRS Campeiro, Chamego, Pérola, Irapuru e Supremo. Esta última, introduzida na safra passada no município, conforme Telöken, deverá se tornar a mais cultivada em toda a região Centro-Serra em quatro anos devido ao alto rendimento e resistência a doenças fúngicas.
Mesmo com o aumento na área de cultivo, Telöken afirma que a média no município ainda é baixa, com pouco mais de um hectare por produtor entre as 2.350 famílias que vivem da agricultura. Mas observa que alguns cultivam até cinco hectares.
A exemplo de outras culturas, os produtores de feijão deverão usar menos insumos na próxima safra devido à elevação do preço. O técnico afirma que com isso o rendimento dependerá mais de condições climáticas favoráveis para o desenvolvimento das plantas.

Fonte: Gazeta do Sul
 
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