Trigo - Calor pode interferir na produção de trigo da região de Campos Gerais (PR)
Data:
29/07/2008
A chuva da semana passada foi suficiente para umedecer o solo, mas não para devolver a tranqüilidade no campo. Os produtores de trigo da região continuam apreensivos com o verão registrado em pleno inverno. O calor durante o dia e o frio à noite podem ‘estressar’ a planta. O estresse implicará em atraso nas fases de desenvolvimento e maturação dos cereais de inverno e pode futuramente interferir na produção. De acordo com José Roberto Tosato, agrônomo do Departamento de Economia Rural do núcleo regional da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Deral/Seab), os 52 milímetros de chuva (registrados na última quarta e quinta-feira) devolveram a umidade na camada do solo onde se encontram as raízes. “Esta umidade dará suporte para o desenvolvimento vegetativo de todos os cereais e das pastagens de inverno e verão. Este suporte será por, pelo menos, mais 20 ou 25 dias. Por este período a planta estará hidratada”, explica. Ele explica que após a chuva os agricultores concentraram os trabalhos no campo com a aplicação da uréia e do sulfato de amônia em cobertura. “Esta cobertura estava atrasada e o trabalho foi praticamente 100% eficiente. Se conseguiu atingir o objetivo quer dar nitrogênio às plantas. O nitrogênio resultará no rápido crescimento”, diz. Por outro lado, o agrônomo explica que se o calor continuará “o estresse voltará. A diferença da noite para o dia é de até 18 graus”, comenta ao lembrar que este período deveria ser marcado pelo frio e pela geada. Neste momento, a fruticultura e o reflorestamento também receberam suporte para o desenvolvimento com a chuva. O risco de incêndio nas matas diminuiu parcialmente, segundo o agrônomo. Safra A previsão inicial do Deral aponta para uma produção entre 400 mil toneladas e 450 mil toneladas de trigo. A safra dependerá, no entanto, de fatores climáticos. Por ser uma cultura de inverno o trigo precisa de temperaturas amenas e até mesmo de geada. Nos Campos Gerais, a área destinada ao plantio é de aproximadamente 130 mil hectares. O mercado do trigo, neste momento, é estável. A saca de 60 quilos tem cotação mínima de R$ 33. O preço máximo é R$ 40,80.