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Milho - Milho vai exigir um desembolso ainda maior
Data: 07/08/2008
 
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) admite que alguns produtos já ficaram com os custos de produção abaixo do preço mínimo após o anúncio do Plano Safra, em julho, e promete divulgar ainda neste mês uma pesquisa sobre os custos de produção para a safra de verão 2008/09, que começa a ser plantada em setembro. Culturas como arroz, feijão, milho e mandioca podem ter seus preços de referência revistos pela estatal.
No Paraná, a cultura mais prejudicada deve ser o milho, que tende a perder competitividade frente à soja. O estudo da Ocepar mostra os custos de produção do cereal devem subir mais que os da oleaginosa. O desembolso com a soja neste ano deve ser 21,1% maior que no ano passado. No caso do milho, os gastos devem crescer 54,8%.
Esse cenário deve fazer com que muitos produtores optem pela soja em detrimento do milho. Na temporada 2007/08, a soja e milho ocuparam, respectivamente, 4 milhões e 1,35 milhão de hectares no Paraná, conforme levantamento da Expedição Caminhos do Campo/Gazeta do Povo. Em algumas regiões, contudo, o milho pode levar vantagem. O consultor Modesto Felix Daga, da Dagaplan, conta que na região de Cascavel (Oeste) a área de cultivo não deve se alterar muito por causa da necessidade de rotação de culturas. Como os produtores já haviam ampliado a área de milho de verão na última temporada (2007/08), agora terão que volatar para a soja. Para ele, haverá redução de 5% a 7% no plantio do cereal, extensão que deve ser transferida para a soja.
Seja como for, mesmo com custos maiores, nenhuma das duas culturas deve ter margens negativas no ciclo 2008/09. “Embora a rentabilidade esperada para a soja na próxima safra de verão seja ainda positiva, espera-se uma grande redução na margem dos agricultores ante a temporada anterior” afirma Flávio Turra, da Ocepar. O custo total deve ser de R$ 1.945 por hectare, ou R$ 27,40 por saca, abaixo, portanto, do preço mínimo estipulado pela Conab para a saca da oleginosa paranaense, de R$ 22,80. A participação do fertilizante nos custos totais, que era de 12% há cinco anos, deve subir para 17,5% no ciclo 2008/09.
No caso do milho, para cultivar um hectare na safra 2008/09, o produtor do Paraná terá que desembolsar R$ 2.673, o equivalente a R$ 18,87 por saca. “Os preços recebidos deverão ficar muito próximos dos custos operacionais, com rentabilidade baixa”, sinaliza Turra. O preço de garantia do governo federal para o cereal paranaense é de R$ 16,50 por saca. O peso dos fertilizantes no desembolso total deve aumentar de 21,5% na temporada 2003/04 para 29% no ciclo 2008/09.  

Fonte: Gazeta do Povo
 
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