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Trigo - Em SP, moinho incentiva plantio do cereal e faz contrato antecipado
Data: 08/08/2008
 
A colheita de trigo já começou em alguns pontos isolados no Estado de São Paulo e a expectativa é de que a produção no Estado alcance 190 mil toneladas, o dobro em relação ao ano passado. Pelo menos metade desse volume tem contrato de venda garantida.
Uma iniciativa do governo do Estado de São Paulo com o Sindicato das Indústrias de Trigo do Estado (Sindustrigo) estimulou o aumento de área para trigo, que nos últimos anos estava em franca desaceleração. "As indústrias escolheram as variedades de trigo que queriam que fossem plantadas e garantiram a compra da matéria-prima com os produtores", afirmou João Sampaio, secretário de Agricultura de São Paulo.
Este é o primeiro ano de colheita com o acordo em vigor. E o resultado já surpreende. A área plantada saltou de 40,82 mil hectares para 75,23 mil hectares em 2008, um aumento de 84%, segundo dados da secretaria de Agricultura do Estado. Vale lembrar que o aumento de área, observado em todo país, também reflete a forte alta dos preços do trigo no mercado internacional.
O Estado tem cerca de 1.000 produtores de trigo, concentrados nas cidades de Itapeva, Itapetininga, Ourinhos e Avaré. O Paraná é o maior produtor do país, com mais de 50% da oferta, seguido pelo Rio Grande do Sul. Segundo Armando Portas, diretor do departamento de sementes, mudas e matrizes da Coordenadoria de Assistência Técnica Integrada (Cati), ligado à Secretaria de Agricultura, já foram negociados 40 contratos, envolvendo duas indústrias esmagadoras paulistas: Anaconda e Guaçumirim.
Segundo Luiz Martins, presidente do Sindustrigo, os moinhos especificam ao produtor a variedade de trigo de que necessitam e compram as sementes desenvolvidas pela Cati. Os produtores pagam pelas sementes às indústrias. "Vamos pagar pelo trigo o valor do dia com base nos preços da Argentina, mais 10%. Esse prêmio corresponde ao frete", disse. Os agricultores têm o compromisso de vender 50% de sua produção às indústrias.
O empresário, que também preside o moinho paulista Anaconda, fechou contrato para a compra de trigo em grão para panificação e produção de panetone. A adesão das indústrias ao programa deverá crescer. "O programa está apenas começando", afirmou Portas.

Fonte: Valor Econômico
 
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