Em Mato Grosso do Sul, a produção de milho safrinha vai ser menor que o esperado. A cultura, considerada de risco, sofreu com a estiagem. No Sul do Estado, a geada também castigou as lavouras. A lavoura escura, queimada, é o reflexo da geada na região de Dourados. O agricultor Jadir Azevedo olhava, desolado, as perdas de mais da metade da produção de milho. O produtor rural não colheu ainda porque acredita que não terá produtividade. “Não vale a pena colher”, lamentou. A geada atingiu muitas lavouras no sul do Mato Grosso do Sul. Mas este ano foi o único problema. Agora, a terra está molhada. Mas a chuva não foi suficiente. A estiagem na região durou 40 dias. Algumas espigas nem formaram grão. O agricultor Ademar Inocêncio prevê uma queda de 30% na produção com a falta de chuva. “Ela veio muito tarde. Quando a chuva veio, o prejuízo já estava feito”, contou. O presidente da Associação de Engenheiros Agrônomos da região de Dourados, Bruno Tomasini, acredita que as perdas nas lavouras de milho chegaram 50%. Problemas climáticos influenciaram também na armazenagem. Como a expectativa de uma super safra em Mato Grosso do Sul foi frustrada, especialistas acreditam que não deva faltar espaço nos silos. Mas um novo problema preocupa o mercado: a qualidade do grão atingido principalmente pela geada. O milho, considerado fora de padrão, deve ser armazenado separadamente dos demais para evitar uma queda ainda maior nos preços. O analista de mercado Maurício Peralta explicou que durante o mês de junho alguns contratos chegaram a ser negociados a R$ 25,00 a saca de milho. Mas o avanço da colheita fez o preço despencar. Hoje não passa de R$ 17,00. “O que está acontecendo é o efeito de colheita mesmo, que tenderá a se agravar nos próximos dias. Esse preço pode cair até chegar ao parâmetro de exportação, que vai regular em algo em torno de R$ 16,00”, falou. Até agora apenas 15% das lavouras de milho em Mato Grosso do Sul foram colhidas.