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Registro - Preços da soja e milho recuam
Data: 20/08/2008
 
A soja e o milho, por exemplo, acumularam perdas de 25% e 32%, respectivamente, até dia 15 de agosto na Bolsa de Chicago. Já o petróleo, que atingiu sua máxima histórica em julho, recuou cerca de 11% no mesmo período de comparação. Com a desvalorização do dólar registrada até o início de junho, os investidores buscaram investir em matérias-primas para se protegerem do câmbio. "O mercado buscou proteção contra essa perda de rentabilidade", afirma Miguel Daoud, diretor da Global Financial Advisor.
Hoje o movimento é inverso. Com a valorização da divisa norte-america frente a outras moedas, os investidores voltaram a apostar neste investimento. "Isso porque a economia mundial está em retração e a Europa e a Ásia estão com problemas inflacionários. Com isso ocorre à fuga dos investidores, que estavam se protegendo das turbulências em commodities para o dólar", destaca o diretor. Com esse movimento, os preços das matérias-primas recuaram no cenário externo, prejudicando o desempenho do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) - que caiu 24,55% nos últimos dois meses, com base no fechamento do dia 15 de agosto, uma vez que as ações de maior peso no índice estão relacionadas às commodities.
No mesmo sentido, os agricultores também serão lesados com o enfraquecimento do preço das commodities no mercado internacional, principalmente as agrícolas. "Para a próxima safra, os produtores enfrentarão dificuldades, uma vez que as despesas para seu plantio - fertilizantes, sementes e defensivos agrícolas - foram realizadas em momento de alta dos preços, enquanto que a receita virá em um momento de queda nos preços dos alimentos", afirma Alcides Leite, professor de economia da Trevisan Escola de Negócios. De acordo com ele, os agricultores não irão ter prejuízo com a safra, mas sim lucrarão menos. Para se protegerem de eventuais perdas, os agricultores utilizam instrumentos de hedge. "O setor é afetado por diversos fatores como clima, preços das matérias-primas e cotação do dólar", completa o professor da Trevisan Escola de Negócios.

Fonte: InvestNews

 
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