Agricultores gaúchos começaram o plantio da primeira safra brasileira de milho geneticamente modificado. A semente de milho geneticamente modificada tem propriedade inseticida e foi liberada para plantio comercial este ano. Em Manoel Viana, na fronteira oeste do Rio Grande do Sul, o plantio está sendo realizado em 160 hectares em quatro fazendas. O custo da nova semente é 25% mais alto do que a convencional. Como não há histórico de plantio deste produto no Brasil, o agricultor Léo Durlo não sabe qual será o resultado. Mesmo assim, ele resolveu arriscar. “O valor da semente é um pouco alto, mas compensa”, avaliou. O milho transgênico que está sendo plantado mata algumas das lagartas que mais atacam o milharal. A variedade tem um gene de uma bactéria que ao ser ingerida pela lagarta mata o inseto, dispensando o uso de inseticidas específicos para estas pragas. “Isto vem a sanar uma das grandes dificuldades do produtor que é ter esse controle realmente eficiente dos insetos da cultura do milho em alta tecnologia”, explicou Luciano Silveira, técnico agrícola. Segundo a empresa que fornece as sementes geneticamente modificadas, a estimativa é que nos próximos anos novas tecnologias posam combater outros problemas da lavoura. Até agora, a CTNBio, Comissão Nacional de Biossegurança, aprovou três variedades de milho transgênico para plantio comercial. Duas delas têm propriedades inseticidas e outra promove a resistência a um grupo de herbicidas. Desde a aprovação da Lei Nacional de Biossegurança, já são cinco as variedades transgênicas autorizadas para o plantio: uma de soja, uma de algodão e três de milho.