Trigo - Governo anuncia recursos ao produtor de trigo
Data:
02/09/2008
Os produtores deverão contar com uma boa base para comercialização da maior safra de trigo dos últimos três anos. A queda de 27% nos preços do cereal no Paraná nos últimos três meses levou o governo federal a anunciar um total de R$ 450 milhões para garantir a rentabilidade nesta safra e assim fortalecer a política de ampliar a produção no Brasil. De acordo com a Safras & Mercado, a tonelada do trigo no principal estado produtor recuou de R$ 689 em julho para R$ 500 a tonelada no primeiro dia deste mês. Bem próximo do preço mínimo estabelecido pelo governo, que é de R$ 480 a tonelada, ou R$ 28,80 a saca de 60 quilos. Para garantir isso, no dia 11 deste mês será realizado o primeiro leilão de contrato de opção, com prazo de liquidação que vai de janeiro a maio de 2009. O produtor ou a cooperativa que quiser participar deverá desembolsar R$ 2,65 para cada tonelada adquirida. Serão ofertados 3,7 mil contratos de 27 toneladas cada, com um prêmio de R$ 71,55 por tonelada. "Se o produtor entregar o contrato no final de maio pode receber R$ 530 para cada tonelada" explica Élcio Bento, analista da Safras & Mercado. Ele observa que o mecanismo pode ajudar a sustentar o mercado de uma maneira favorável ao produtor. Para Flávio Turra, gerente técnico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), a liberação dos recursos é importante para o setor. "Nós encaminhamos ao governo no final de agosto um pedido para auxilar o produtor. Isso mostra que o governo está comprometido com a política de aumento da produção", diz. Segundo ele, a safra no estado, estimada em mais de 2 milhões de toneladas, já está 20% colhida. O economista da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), explica que mesmo com o preço mínimo pago ao produtor, os custos em algumas regiões no estado não são cobertos. "A política de preços mínimos deveria ser revista por causa da alta dos insumos", disse. O custo médio da saca em algumas cidades como Cascavel chega a R$ 32, segundo o economista. Mas para Bento, os preços do cereal não devem ficar abaixo do preço mínimo no ano que vem. "O cenário ainda é muito apertado, com crescente demanda para estoques baixos". Ele acredita que se esse mecanismo não conseguir remunerar os produtores existem outras saídas como o Prêmio para Escoamento do Produto (PEP) e as Aquisições do Governo Federal (AGF).