Embalada por uma elevação de 6,6% na produtividade média das lavouras, o que reflete os altos investimentos em tecnologia feitos no campo, a safra nacional de grãos, fibras e cereais bateu novo recorde ao atingir 143,86 milhões de toneladas no ciclo 2007/08. O resultado, divulgado ontem pela COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO (CONAB), expressa um acréscimo absoluto de 12,11 milhões de toneladas (9,2%) na comparação com os 131,75 milhões de toneladas registrados na temporada anterior (2006/07). O volume da próxima safra, cujo plantio será começar neste fim de semana em algumas regiões de Mato Grosso, deve crescer até 4%, estimou o diretor de Logística da CONAB, Silvio Porto. Se confirmadas as previsões de clima favorável e bons preços no mercado futuro internacional, seriam colhidas quase 150 milhões de toneladas na nova temporada 2008/09. O desempenho histórico das lavouras no ciclo 2007/08 foi alcançado com a incorporação de 1,15 milhão de hectares (aumento de 2,5%) ao processo produtivo neste período, de acordo com a CONAB. Mesmo com produtividade estagnada, a produção de soja, cuja área plantada expandiu-se por 647,5 mil hectares adicionais no país, saltou de 58,4 milhões para 60,05 milhões de toneladas. Beneficiados pelo clima positivo, inclusive durante o instável inverno da região Sul, os produtores de milho produziram 7,2 milhões de toneladas adicionais nesta safra, chegando à marca inédita de 58,6 milhões de toneladas - 14% acima dos 51,4 milhões do ciclo 2006/07. A CONAB ainda não fez estimativas oficiais para a produção de milho na próxima safra (ver matéria acima). Eleito um dos vilões da inflação dos alimentos, o feijão teve uma relativa expansão da área plantada e da produção. Nas três safras, os produtores colheram 3,51 milhões de toneladas do grão, um resultado 5,2% acima dos 3,39 milhões do ciclo passado. Para a próxima safra, a CONAB estima uma colheita de até 1,5 milhão de toneladas na primeira safra. Se confirmada, a produção representaria um substancial avanço sobre as 1,24 milhão de toneladas do ciclo anterior. No caso do arroz, cuja produção total cresceu 7% neste ciclo, para 12,1 milhões de toneladas, a CONAB projeta a manutenção da performance em razão da rentabilidade mais baixa na comparação com a soja, sobretudo nas regiões produtoras do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.(MZ)