Milho e trigo são os mais produtivos da safra de grãos
Data:
10/09/2008
Milho e trigo foram os destaques de produtividade da safra de grãos 2007/2008, conforme levantamento divulgado ontem pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Com uma produção de 58,58 milhões de toneladas, o milho quase atingiu os valores da soja - que é o grão mais produtivo e fechou o ano com 60,05 milhões de toneladas. Os números referentes ao milho ainda podem subir ainda mais com a colheita da safrinha no Nordeste, que será finalizada este mês. Já o trigo, apesar de ainda estar longe de ter produtividade suficiente para atender à demanda interna - que seria em torno de 10,5 milhões de toneladas - apresentou crescimento 71,2% em relação à safra passada, com 3,82 milhões de toneladas. "Há alguns anos, o Brasil estimulou a colheita de trigo, o produtor compareceu, produziu, e depois não teve como concorrer com os preços aviltados da Argentina e do Canadá", disse o presidente da COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO (CONAB), WAGNER ROSSI, para explicar o porquê da oferta não ser suficiente. "Esse resultado apresentado agora, mostra que o governo brasileiro voltou a estimular esse cultivo, garantindo que o produtor não vai perder dinheiro com o trigo", completou Rossi. Outro dado que mereceu destaque no balanço da safra de grãos - que foi a maior da história com 143,87 milhões de toneladas - está relacionado à produção de arroz. O ministério havia estimado crescimento na área plantada no Centro-Oeste, para balancear geograficamente a produção, que, atualmente, está concentrada 70% na Região Sul. Mas, apesar de a safra 2007/2008 de arroz ter aumentado 7%, com 12,11 milhões de toneladas, a queda no preço fez com que a concorrência com a soja fosse desvantajosa para os produtores. "Essa dependência de todo o país com o Rio Grande do Sul [que respondeu sozinho por 7,36 milhões de toneladas], para um cenário futuro, pode ser preocupante, principalmente pelo fato de o arroz ser um componente tão relevante na mesa do brasileiro", alertou o diretor de Logística e Gestão da CONAB, Sílvio Porto. Segundo ele, o problema está na localização geográfica do principal estado produtor de arroz, que faz com que ele esteja distante do resto do país e o transporte seja feito, principalmente, por via rodoviária. Mesmo com o aumento na produção, Porto anunciou que o governo deve por à venda, até o fim do ano, 100 mil toneladas do estoque público de arroz por mês. O objetivo é baixar o preço ao consumidor.