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Soja - País já é o maior destino das exportações do Paraná
Data:
15/09/2008
A China ultrapassou a Argentina e a Alemanha e se tornou o principal destino das exportações do Paraná – o país asiático triplicou suas compras do estado em 2008. De janeiro a julho, os chineses importaram US$ 1,25 bilhão, com alta de 211,33% sobre o mesmo período do ano passado, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O desempenho foi puxado pelo complexo soja, que representa 90% da pauta de exportação. Uma série de fatores colaborou para a troca de posições, como a alta dos preços das commodities, que inflou o valor das exportações brasileiras para a China, principalmente de soja e minério de ferro, e a crise da economia americana, que incentivou ainda mais os exportadores chineses a diversificar mercados. Com a pauta concentrada no agronegócio, o Paraná teve um desempenho bem acima da média nacional. Na mesma base de comparação, o Brasil ampliou seus negócios de exportação com os chineses em 64%. “O Paraná é um grande exportador de soja e, nos últimos dois anos, passou também a exportar milho, o que ajudou nessa conta”, diz Elias Antunes, consultor da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) para o mercado asiático. A Coamo Agroindustrial, de Campo Mourão, viu a participação da China crescer de 17% para 24% no total de exportações, que esse ano devem encerrar em US$ 533 milhões – receita 34% maior do que em 2007. Em volume, o salto será de 1,5 milhão de toneladas para 1,7 milhão de toneladas. O país asiático é o segundo maior mercado de exportação da Coamo, atrás apenas da Alemanha, segundo o seu presidente, José Aroldo Gallassini. “O resultado reflete a combinação de dois fatores: a China aumentou o volume de compras e os preços internacionais subiram.” As exportações do complexo soja se concentram entre os meses de janeiro e setembro e no fim do ano deve haver uma redução no ritmo. “Mas com certeza a China encerra o ano entre os dois maiores destinos de exportação do estado”, afirma Antunes. Nos últimos dois anos, a China ocupou o quinto lugar entre os maiores importadores, atrás de Argentina, tradicional parceira do Brasil no Mercosul, Alemanha, Estados Unidos e Holanda. Além dos preços mais altos, os volumes também cresceram e novos produtos passaram a ser exportados, como por exemplo papel cartão, com US$ 18,2 milhões de janeiro a julho. O impacto se deu principalmente por conta das exportações da Klabin. O gerente da empresa para essa área, Francisco Quadrado, diz que as mudanças de hábitos de consumo e o aumento do poder de compra dos chineses estão impulsionando as exportações. A demanda por papel na China cresce acima de 10% ao ano. A inauguração da nova máquina de papel em Telêmaco Borba também tem reflexo nesse aumento. O forte ritmo de vendas para a China fez com o que o Paraná tivesse um desempenho diferente do registrado pelo Brasil no saldo da balança comercial. Enquanto o Brasil amarga déficit, a conta no estado é positiva em US$ 520,3 milhões.