Porto
Alegre, segunda-feira, 13 de janeiro de 2025
Notícias
:: Acompanhe as notícias do mercado de cereais
Registro - Stephanes vê pouco risco na agricultura
Data:
16/09/2008
Apesar do recuo dos preços futuros do café, da soja e do milho nas bolsas internacionais ontem, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, avaliou que o agravamento da crise financeira nos Estados Unidos "dificilmente" atingirá as bolsas de commodities agrícolas. Uma queda consecutiva poderia prejudicar o Brasil, que é um grande produtor e exportador mundial de grãos e carnes. O ministro lembrou que os preços dos alimentos subiram nos últimos meses por conta, inclusive, de um componente especulativo nos mercados de derivativos. Mesmo admitindo que o mundo está passando por uma "segunda onda" de crise e que "ninguém sabe ao certo qual é o seu tamanho", Stephanes reforçou que a saída dos especuladores desse mercado já provocou "uma queda razoável" nos preços dos alimentos, que não devem cair mais. Para o ministro, não haverá prejuízos para o Brasil, em termos de exportação, mesmo se houver um enfraquecimento da economia mundial. A crise atual deve atingir especialmente os países desenvolvidos, prevê. Na avaliação dele, boa parte da exportação brasileira vai para os países em desenvolvimento. A China, por exemplo, tem sido o principal importador de alimentos do Brasil. Ele disse ainda que as previsões de exportações do agronegócio para o ano estão mantidas. A mais recente estimativa da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio do ministério, divulgada no mês passado, indica exportações de US$ 74 bilhões em 2008, valor 26,71% maior que o resultado de US$ 58,4 bilhões obtido no ano passado. Uma fonte do governo lembrou que problemas climáticos podem reduzir ainda mais a safra americana, o que pode dar novo fôlego às exportações brasileiras. Para o assessor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Marcelo Martins, os preços podem subir por causa da crise. "A tendência é de volta dos investidores para o mercado de commodities para cobrir os prejuízos de outras atividades", avaliou.