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Registro - Turbulência golpeia cotações de grãos
Data: 30/09/2008
 
Os movimentos de capitais que se seguiram à decisão do Congresso americano de rejeitar o plano do governo para salvar as finanças do país abriram um alçapão por onde escorreram as cotações de praticamente todas as commodities agrícolas ontem nas bolsas de Chicago e Nova York, principais referências globais de preços de produtos como soja, milho, trigo, açúcar, café, cacau, suco de laranja e algodão.
Em Chicago, que abriga mercados futuros de soja, milho e trigo, as quedas em virtude do temor de que uma desaceleração econômica mundial de grande monta reduza significativamente a demanda foram fundamentais para o tombo do índice Reuters/Jefferies CRB, que inclui 19 commodities, inclusive o petróleo e outras não-agrícolas. O indicador caiu 5,9%, maior desvalorização diária desde 1956.
Da trinca agrícola de Chicago, o produto que mais perdeu valor ontem foi o trigo. A queda dos contratos com vencimento em março, que hoje ocupam a segunda posição de entrega (normalmente os de maior liquidez), foi de 48 centavos de dólar (6,51%), para US$ 6,89 por bushel. Com isso, aumentou para 14,01% as perdas acumuladas em setembro, para 22,84% a queda total do ano e para 27,24% a baixa nos últimos 12 meses, conforme o Valor Data. É o menor patamar desde 17 de agosto de 2007, e do pico histórico dos contratos de segunda posição até ontem, atingido em 12 de março de 2008, a desvalorização é de 46,28%.
A soja não ficou muito atrás. Os contratos para janeiro (segunda posição) encerraram o pregão negociados a US$ 11,1050 por bushel, em baixa de 70 centavos de dólar (maior perda diária permitida em Chicago), ou 5,93%. Assim, mostra o Valor Data, a queda acumulada em 2008 chegou a 8,54%, e os ganhos nos últimos 12 meses foram reduzidos para 10,11%. É o menor nível desde 4 de dezembro de 2007, e do pico histórico de 3 de julho de 2008 até ontem as perdas somam 32,66%.
No milho, finalmente, os papéis para março (segunda posição) recuaram ontem 30 centavos de dólar (limite de baixa), ou 5,35%, e fecharam a US$ 5,31 por bushel. Os contratos agora acumulam alta de 13,77% neste ano e de 36,42% nos últimos 12 meses. Neste caso, é o menor patamar apenas desde 12 de agosto passado, mas em relação ao pico histórico de 26 de junho último a retração já chegou a 30,88%. O programa americano de produção de etanol a partir do milho ajuda a explicar a maior firmeza apresentada pelas cotações do trigo em relação às de soja e trigo.

Fonte: Valor Econômico
 
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