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Soja - Preços de soja reagem no mercado futuro
Data: 10/10/2008
 
O preço da soja comercializada na Bolsa de Chicago reagiu nos últimos três dias e fechou ontem com uma valorização de 6,3% no mercado futuro. Na segunda-feira (6), as turbulências do mercado financeiro internacional levaram o valor do bushel do grão - o que equivale a 27,215 quilos - ao menor patamar nos últimos 12 meses, totalizando US$ 9,51. Porém, por motivos que analistas não sabem explicar, o valor do produto foi se elevando e fechou ontem cotado a US$ 10,11, dando um certo alívio para os sojicultores.
Apesar da diferença ser pequena, a alta é bastante considerável, pois as dúvidas sobre o mercado são tantas que o resultado poderia ser o contrário. Embora tenha havido uma recuperação nos preços, isso não livra o produtor da preocupação. Na análise do coordenador do Centro Grãos da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Carlos Miranda, o mercado está melhorando, porém em um momento em que a economia mundial "está bagunçada". "Hoje o mercado está melhor, mas não dá para fazermos nenhuma previsão para o futuro e nem ao menos um diagnóstico da atual circunstância".
Ele enfatiza que a soja é um produto cujos estoques mundiais estão equivalentes ao consumo e que por isso a cotação pode aumentar de um dia para outro. Segundo ele, o mercado mundial está passando por uma volatilidade maior que a normal levando empresas já consolidadas no mercado de ações a perder dinheiro. "Está faltando dinheiro e os investidores internacionais estão retirando os recursos de onde há fragilidade e levando para onde o risco é menor".
Miranda destaca que a Bolsa de Chicago é bastante influente no mercado internacional e afeta também outras commodities como as energéticas, metalúrgicas e as agropecuárias. Sobre os efeitos da bolsa no milho, o coordenador afirma que este produto é diferente porque depende da demanda nacional. No ano passado os produtores venderam o produto (saca de 60 kg) por R$ 20 e em decorrência da melhora no preço aumentou a produção, resultando em uma safra recorde. "Hoje, com o excesso na oferta, a saca não passa de R$ 14", diz sem traçar perspectivas.

Fonte: A Gazeta
 
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