Corretora Mercado - Mercantil e Corretora de Mercadorias - Porto Alegre

O Paraná, sozinho, será responsável por abastecer quase a metade do feijão que será consumido no Brasil no primeiro trimestre do ano que vem. A constatação é da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) ao fazer a projeção da safra de feijão das águas. O Paraná é o maior produtor nacional nesta primeira safra e deverá colher perto de 600 mil toneladas, que corresponde a 42% da oferta de feijão no período.
Para o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini, além dos bons preços do feijão no mercado os produtores paranaenses estão se beneficiando da boa tecnologia oferecida pelas novas sementes geradas pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), que são mais produtivas e mais resistentes a pragas e doenças.
“Além das políticas públicas de preço mínimo e instrumentos de comercialização como Aquisição do Governo Federal (AGF) e Empréstimos do Governo Federal (EGF), os serviços de pesquisa e extensão do governo estadual têm dado o apoio técnico aos produtores que fazem do Paraná hoje referência importante na produção de alimentos para o Brasil”, afirmou Bianchini.
PREÇOS
O aumento da produção de feijão é atribuído pela Conab aos bons preços obtidos pelo produto no mercado este ano e ao reajuste de 65,2% no preço mínimo, que evoluiu de R$ 48,00 para R$ 80,00 a saca. Em função desses fatores, a área plantada no Paraná aumentou 22% na safra de verão 2008/09 em relação ao ano passado, comparou a engenheira agrônoma Margorete Demarchi, do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento.
Em 2007, foram plantados 288 mil hectares com feijão na primeira safra e este ano o plantio deverá ocupar área total de 352 mil hectares. Na avaliação de Margorete, essa evolução não significa expansão de área, mas sim retomada da produção uma vez que, tradicionalmente, o Paraná planta feijão numa área de aproximadamente 350 mil hectares.
O Brasil deve colher, no início de 2009, cerca de 1,42 milhão de toneladas. Desse volume, o Paraná produzir perto de 600 mil toneladas. “O que deixa claro o domínio bem concentrado do Paraná nesta primeira safra”, avaliou Margorete.
CICLO
Nos anos anteriores, a área de plantio reduziu significativamente em função de complicações com o clima e dificuldades de preço. Apesar disso, o Paraná vinha mantendo recordes de produtividade, porque os produtores estão plantando feijão com aplicação de mais tecnologia.
O feijão é uma cultura de ciclo curto, muito sensível clima, como seca, chuva ou vento frio. Até o ano passado, a cultura sofria com preços abaixo aos custos de produção. Neste ano, porém, o cenário mudou e o preço do feijão aumentou nas prateleiras dos supermercados. “Para o produtor é importante essa revalorização da produção, porque a cultura é cara e exige muito investimento”, defendeu Margorete. Segundo ela, o produtor vinha convivendo até o ano passado com preços muito defasados e está na hora de recompor margens nessa atividade.
A preocupação agora é que o clima melhore para garantir a conclusão do plantio. Cerca de 63% da área prevista foi plantada. Nesta safra, a cultura vinha sendo plantada no Estado desde agosto mas os produtores suspenderam o plantio em função das quedas de temperatura uma vez que o feijão não tolera tempo frio.

Fonte: Governo do Paraná